postado em 15/11/2013 21:49
A decisão do Supremo Tribunal Federal de mandar prendrer os políticos do caso mensalão que já tenham condenações que não podem mais serem modificadas por recursos também repercutiu na mídia internacional. Alguns jornais comentaram o tema em seus sites. New York Times, El País, Guardian e Wall Street News noticiaram o caso.O New York Times relatou o fato de políticos corruptos no Brasil serem historicamente protegidos de qualquer punição e as prisões decretadas serem um movimento surpresa para os condenados. O espanhol El País destacou o fato de que 11 dos 25 condenados seriam encarcerados e, entre eles, os líderes históricos do PT José Dirceu e José Genoíno.
A publicação inglesa The Guardian destacou que os condenados serão presos um ano depois da condenação. Segunda o jornal, Dirceu e os outros acusados conseguiram adiar o encarceramento com complexas manobras judiciais e agora serão presos enquanto alguns de seus recursos continuam sendo analisados pela justiça brasileira.
O Wall Street Journal também destacou o caso dizendo que a ordem de prisão dos condenados é marcante pois é um evento não-usual no Brasil, país conhecido por não ir adiante na punição de políticos corruptos. O jornal descreveu a sessão do STF de ontem como conturbada e destacou a fala de Joaquim Barbosa em que ele disse aos outros juízes que eles estavam adiando o caso desnecessariamente se não mandassem os condenados à prisão. A publicação também destacou a participação de Dirceu no mensalão e o denominou de mentor. Por fim, o WSJ informou que recursos ainda estão sendo encaminhados a justiça e que alguns serão analisados somente em 2014, coincidindo com as próximas eleições presidenciais.
O New York Times também apontou que no Brasil é mais fácil a prisão de mais pobres e por crimes menores, como porte de pequena quantidade de drogas. O jornal finaliza com aspas do juiz do Supremo Luís Roberto Barroso, em que ele diz que para ser preso no Brasil você tem que ser muito pobre e com uma defesa muito fraca. Na declaração, Barroso também afirma que poucas pessoas no país são sentenciadas por crimes grandes.