postado em 20/11/2013 06:01
As autoridades brasileiras tentam fechar o cerco contra o ex-diretor de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que escapou para a Itália com o objetivo de evitar o cumprimento da pena que lhe foi imposta na Ação Penal 470. Ontem, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que interceda perante o Ministério da Justiça para que seja providenciada a extradição do executivo, condenado por peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, com base em tratado assinado pelo Brasil e pela Itália em 1989.Wiecko apontou duas alternativas à extradição: o cumprimento da pena no país europeu ou a realização de um novo julgamento nas Cortes italianas. O ex-dirigente do BB admitiu a fuga por meio de carta, mas não há informação oficial sobre o seu paradeiro. Ele está na lista de procurados no site da Interpol, a polícia internacional.
Diante disso, as autoridades brasileiras ganharam um reforço depois de a deputada ítalo-brasileira do Parlamento da Itália, Renata Bueno, ter dito que pedirá oficialmente ao Ministério do Interior do país europeu que informe se há registro da suposta entrada de Pizzolato. Ela também quer saber qual é o passaporte válido expedido em nome dele. Renata afirmou que a comunidade italiana no Brasil rejeita o uso indevido da dupla cidadania por qualquer condenado, especialmente em caso grave de corrupção. ;É preciso evitar que esse direito dado aos descendentes italianos seja usado em favor da impunidade;, disse.
Apesar do esforço na busca por Pizzolato, ontem o ministro Marco Aurélio de Mello minimizou a fuga. ;Precisamos compreender a angústia de quem está condenado. É incito à pessoa tentar escapar, principalmente conhecendo as condições desumanas das nossas penitenciárias.; Marco Aurélio, no entanto, vislumbra a possibilidade de extradição do condenado.
No pedido encaminhado à Corte, a vice-procuradora ; substituta do procurador-geral, Rodrigo Janot, que está em viagem internacional ;, apontou como alternativa à extradição a homologação da sentença do STF pela Justiça italiana, o que permitiria a Pizzolato cumprir a pena naquele país. Ela também pediu que seja analisada a possibilidade da transferência do procedimento penal para novo julgamento na Itália. Nesse caso, haveria remessa das provas e indícios que instruíram a ação penal.
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