postado em 05/12/2013 18:42
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu desistiu do emprego de gerente administrativo no hotel Saint Peter, em Brasília. Ele receberia R$ 20 mil de salário, mas não chegou a iniciar a jornada, pois aguardava a Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal analisar o pedido de autorização para trabalhar. Diante de denúncias contra o hotel, controlado por uma empresa com sede no Panamá, o petista formalizou a desistência do trabalho oferecido pelo empresário Paulo de Abreu.
Em ofício encaminhado na tarde desta quinta-feira (5/12) à VEP, a defesa do ex-ministro destaca que Dirceu ;não considera justo que outras pessoas, transformadas em alvo de ódio e perseguição exclusivamente por um gesto de generosidade, estejam obrigadas a partilhar da sanha persecutória que se abate contra ele;.
No documento, os advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall;Aqua são enfáticos quanto ao motivo da desistência: ;Tendo em vista o clima de linchamento midiático instalado contra José Dirceu e contra a empresa que lhe ofereceu trabalho, anunciamos que o ex-ministro decidiu abrir mão da oferta de emprego;, destaca o ofício.
Os advogados acrescentam que a decisão foi tomada com o objetivo de reduzir o sofrimento dos empresários que fizeram a proposta de emprego. Dirceu está preso desde 16 de novembro no Complexo Penitenciário da Papuda, em regime semiaberto. Ele só poderá deixar o presídio, durante o dia, quando obtiver autorização judicial para trabalhar.
De acordo com reportagem exibida na terça-feira pelo "Jornal Nacional", o presidente da Truston International, empresa com sede no Panamá que é dona do hotel Saint Peter, é um auxiliar de escritório que mora em um bairro pobre da capital panamenha.