Embora mantenha a disposição de não renunciar ao mandato parlamentar, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) enfrentará a pressão dos colegas, especialmente do próprio PT, que defendem um processo rápido e indolor para não prejudicar o partido e a presidente Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral. A expectativa é de que João Paulo siga o mesmo caminho de outros réus condenados no mensalão, como José Genoino (PT-SP), que renunciaram ao mandato para evitar um desgaste maior.
[SAIBAMAIS];É muito difícil a situação do João Paulo, mas ele vai acabar renunciando. A cúpula do PT pressionará para que isso aconteça;, afirmou um petista com bom trânsito nos quadros partidários. Um ex-dirigente da legenda também lembrou que seria um desgaste muito grande para João Paulo, um dos parlamentares mais queridos na Casa, ter que se defender perante os demais deputados, especialmente após o episódio Natan Donadon (sem partido-RO), que, mesmo preso, acabou absolvido pelos colegas. Para piorar ainda mais a situação, ele terá de enfrentar o processo já com o voto aberto, o que geraria constrangimento para ele e seus pares.
Oficialmente, o partido não pretende se pronunciar sobre o assunto, como uma forma de não aumentar a pressão sobre o ex-presidente da Câmara. ;O momento pelo qual João Paulo vem passando é extremamente delicado. Com certeza, não serei eu que pedirei a ele para renunciar ao mandato, já que esse tipo de decisão é uma questão de foro íntimo e individual;, afirmou ao Correio o presidente estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza.
Emídio conhece bem João Paulo. Antigos aliados, ambos se distanciaram por posições divergentes em relação à política de Osasco. O presidente do PT-SP foi um dos que se posicionaram contrários à decisão de João Paulo de candidatar-se à prefeitura da cidade paulista, em 2012, opinião compartilhada por outras lideranças petistas, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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