Juliana Ferreira
postado em 24/01/2014 08:23
Belo Horizonte - Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do mensalão, o ex-deputado federal Romeu Queiroz obteve autorização da Justiça para trabalhar na própria empresa. Queiroz cumpre pena na Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e ontem teve o primeiro dia de trabalho. A decisão foi tomada pela Vara de Execuções Penais da cidade, na última quarta-feira. Há uma semana, o detento tinha adquirido o direito de trabalhar em qualquer instituição parceira do estado. Como a unidade prisional não indicou um lugar, a juíza Miriam Vaz Chagas determinou que a empresa dele, a RQ Participações S.A., com sede na capital mineira, se conveniasse ao sistema. Outros presos poderão trabalhar no local, como ocorrerá com o também condenado pelo mensalão Rogério Tolentino, ex-advogado do empresário Marcos Valério.
Romeu Queiroz aguardava havia uma semana a análise dos documentos entregues à Justiça para que pudesse voltar a atuar na sua empresa, da qual era diretor presidente antes da prisão. A partir de agora, o ex-deputado, que cumpre pena em regime semiaberto, será buscado diariamente pelo carro da firma. De segunda a sexta, ele deixará a prisão às 7h. O expediente começa às 8h e termina às 18h. Ele deve estar de volta à penitenciária até as 20h, conforme determinação judicial. Queiroz também pode exercer as atividades aos sábados, das 8h às 14h.
O ex-deputado receberá um salário mínimo, de R$ 724, do qual 25% serão de pecúlio - a quantia é guardada para que ele a receba quando deixar a prisão. Outros 25% serão de ressarcimento ao Estado, e o restante (50%), entregue no fim do mês. O advogado do condenado, Marcelo Leonardo, disse que ele ocupará o cargo de gerente administrativo financeiro. Queiroz cumpre pena de seis anos e seis meses por ter recebido mais de R$ 100 mil em propina para votar a favor de projetos governistas na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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