postado em 03/02/2014 16:22
Na iminência de ser preso, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) fez uma visita, na tarde desta segunda-feira (3/2), ao acampamento erguido em novembro por militantes do PT, no estacionamento do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar almoçou lado a lado com cerca de 30 petistas, que tiraram fotos e se solidarizaram com o ex-presidente da Câmara, que foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão no julgamento do mensalão.
[SAIBAMAIS]Na lona, estruturada com fogão a gás e uma mesa retangular, João Paulo sentou ao lado de petistas. O cardápio estava farto: cozido de carne, mandioca e batata, couve refogada, arroz, feijão e salada. O deputado chegou ao local por volta das 14h30, vestido com uma calça jeans e camiseta branca com uma estrela vermelha.
Depois de almoçar, tirou foto com ;companheiros;. Muitos vestiam camisetas vermelhas que estampavam a seguinte frase: ;Em defesa do mandato do deputado federal João Paulo Cunha;.
Em entrevista, João Paulo voltou a dizer que é inocente e que recorrerá a todas as instâncias possíveis contra sua condenação, inclusive a organismos internacionais. O deputado justificou que a visita foi marcada em celebração ao lançamento, previsto para esta terça, de uma revista produzida por ele próprio, ;que fala da verdade; do mensalão.
;Como amanhã ainda está muito imprevisível o que vai acontecer, resolvi dar uma passada hoje e provar um pouco a comida deles, que já estão aqui há tantos dias, e mostrar solidariedade de quem está e quem não pôde vir também, como é o caso dos nossos companheiros Zé Dirceu, Genoino, Delúbio. Enfim, trazer a solidariedade de todos nós a esse grupo de brasileiros que querem de fato que o Brasil tenha justiça;, destacou João Paulo Cunha.
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, deve expedir o mandado de prisão do parlamentar a qualquer momento. Falta apenas uma assinatura, já que em 6 de janeiro, antes de entrar de férias, o ministro havia decretado encerrada a Ação Penal 470 em relação ao petista. Barbosa viajou, no entanto, no dia seguinte sem decretar a prisão do petista.
João Paulo despistou sobre a possibilidade de renunciar ao mandato de deputado. Quando perguntado se está preparado para ser preso, ele foi enfático. ;Preparado ninguém pode falar que está. Mas de qualquer forma quem tem a consciência tranquila certamente dormirá bem.; O petista acrescentou que ainda não decidiu se, depois de preso, pedirá transferência para São Paulo. Ele adiantou, no entanto, que não abrirá mão do direito de trabalhar e estudar ; ele cursa o 5; ano do curso de direito no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).