postado em 06/02/2014 07:07
Apesar de jurar inocência e sustentar que encaminhou ao PT os dois pacotes que recebeu em casa, sem conferir, com R$ 326,6 mil sacados da conta de empresas de Marcos Valério em janeiro de 2004, a declaração de Imposto de Renda de Henrique Pizzolato daquele ano revela que ele não tinha rendimentos suficientes para cobrir a compra de uma cobertura, com vista para o mar, na Avenida Domingos Ferreira, em Copacabana, e as demais despesas cotidianas. A transação imobiliária ocorreu 35 dias depois de o ex-diretor do Banco do Brasil (BB) receber o dinheiro das mãos de um contínuo do fundo de pensão Previ, dos funcionários do BB. Na escritura lavrada em cartório, consta que o petista pagou R$ 400 mil pelo imóvel ; R$ 300 mil em cheque e R$ 100 mil em dinheiro vivo.[SAIBAMAIS]Da mesma forma que planejou a fuga minuciosamente desde 2006, conforme revelou o Correio no domingo, Pizzolato demonstrou cuidado em entregar declaração com ares de regularidade à Receita Federal. Porém, uma análise detalhada dos valores aponta inconsistências. Enquanto teve rendimentos líquidos de R$ 415,3 mil (já computado o ganho pela venda de um terreno por R$ 57 mil), o patrimônio cresceu, em termos reais, R$ 359,8 mil (não incluídos os rendimentos das aplicações financeiras do montante existente em 2003).
Com isso, teriam sobrado apenas R$ 55,5 mil para ele e a mulher, Andrea Haas, se sustentarem durante o ano e pagarem todas as despesas extraordinárias, como o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) pela compra da cobertura e os gastos com lavratura de escritura, de pelo menos R$ 10 mil. É um orçamento mensal de R$ 3,8 mil por mês (tirando esses R$ 10 mil), para cobrir todas as demais despesas do casal, com alimentação, manutenção da residência, transporte, lazer, condomínios e IPTU dos imóveis que não estavam alugados, como a mansão em Santa Catarina, a cobertura e um duplex em Copacabana, onde morava até então.
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