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Justiça italiana nega liberdade pedida por Henrique Pizzolato

Os juízes italianos consideraram que existe "risco de fuga" por parte do brasileiro e optaram por mantê-lo na prisão de Módena

Estado de Minas
postado em 07/02/2014 14:12
Justiça italiana considerou que há risco de fuga ao negar prisão domiciliar a PizzolatoA Justiça italiana negou, nesta sexta-feira (7/2) o pedido do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato para acompanhar em liberdade seu processo de extradição - o Ministério da Justiça já pediu ao STF abertura do procedimento para pedir a extradição de Pizzolato. A audiência no Tribunal de Bolonha duraou duas horas e os juízes italianos consideraram que existe "risco de fuga" por parte do brasileiro e optaram por mantê-lo na prisão de Módena.

Foragido desde novembro, o condenado por envolvimento no mensalão foi preso nessa quarta (4/2), na Itália. Ele fugiu para o país para evitar a condenação no Brasil. Pizzolato falou por cerca de 30 minutos, em italiano, respondendo às perguntas dos juízes e explicou que havia sido condenado em um processo político no Brasil. As autoridades consideraram que, em razão da fuga do Brasil e dos documentos falsos encontrados no momento da prisão, não haveria possibilidade de permitir nem a liberdade condicional nem a prisão domiciliar.

O advogado de Pizzolato, Lorenzo Bergami, acredita que ainda poderá apresentar nos próximos dias novo pedido de revisão da decisão de manter seu cliente na prisão. Após a audiência, Pizzolato retornou à penitenciária de Módena, onde dividirá cela com outros presos, não terá direito a telefone celular e terá autorização para receber visitas em seis a oito ocasiões por mês. Diante dos juízes, Pizzolato, que usou algemas durante o trajeto para a corte, vestia apenas uma calça jeans e uma camisa.



[SAIBAMAIS]Nessa quinta (6/2), pela primeira vez, a polícia italiana deixou claro que existem "possibilidades legais concretas" de que Pizzolato seja extraditado para o Brasil, mesmo diante do fato de ele ter nacionalidade italiana. Uma decisão final, porém, será política. O Brasil tem 40 dias para apresentar o pedido de extradição. A defesa de Pizzolato acredita que a decisão sobre a extradição saia apenas no fim do semestre.

Na Itália, o ex-diretor deverá responder ainda a processo por falsidade ideológica em razão do uso de documentos falsos. A pena pode chegar a três anos de prisão. No processo do mensalão, Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Contra ele havia a acusação de que teria participado do desvio de R$ 73 milhões do Fundo Visanet para alimentar o esquema.

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