Pensar Brasilia

Seminário discutirá desafios impostos pelo aumento populacional no DF

postado em 25/10/2012 06:55
O Distrito Federal apresentou o segundo maior crescimento populacional entre as grandes metrópoles brasileiras em termos absolutos. De acordo com o Censo, a capital da República recebeu 450 mil novos habitantes nos últimos 10 anos, um crescimento percentual superior a 20%. Esse aumento demográfico impõe forte pressão sobre os recursos naturais, com a expansão do consumo de água e o aumento dos depósitos de lixo. Todas essas questões serão analisadas durante a quarta edição do seminário Pensar Brasília, uma iniciativa dos Diários Associados, que ocorre hoje, às 9h, no Auditório Hipólito José da Costa, no prédio do Correio Braziliense. O evento reunirá especialistas de várias áreas que debaterão com o público os caminhos para um futuro sustentável.

Estarão presentes no seminário Pensar Brasília Qualidade de Vida ; Sustentabilidade o arquiteto e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Zimbres; o ex-diretor da Agência Nacional de Águas e ex-presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídrico Oscar Cordeiro Netto; e o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF, Eduardo Brandão. Os debates serão mediados pelo editor executivo do Correio, Carlos Alexandre. As inscrições são gratuitas, mas limitadas à capacidade da sala.

A coleta seletiva e a reciclagem de lixo são medidas adotadas com o intuito de reduzir o impacto da expansão da população e de inserir o DF em uma agenda ambiental

Recentemente, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos divulgou planos para o gerenciamento de águas e dos resíduos sólidos no Distrito Federal. A palestra do secretário Eduardo Brandão detalhará esses projetos, que incluem a construção de um aterro sanitário, a coleta seletiva de lixo e a busca de mananciais capazes de garantir o fornecimento de água para as gerações futuras.

O governo também fará uma exposição sobre as políticas públicas desenvolvidas com o objetivo de inserir o DF em uma agenda ambiental. Um exemplo dessas ações é o Centro de Excelência do Cerrado, um projeto que visa criar um espaço destinado à troca de conhecimento entre pesquisadores e gestores de ações voltadas ao bioma. A ideia é trabalhar programas dedicados ao fomento de novas alternativas de desenvolvimento sustentável.

Nascentes


Para o professor Oscar Cordeiro Netto, o grande problema de Brasília é o abastecimento de água. ;A cidade, que tem uma alta densidade demográfica, foi construída numa região de nascentes. A disponibilidade por habitante é uma das mais baixas do país;, afirmou. Segundo ele, essa situação tende a se agravar com um quadro de mudanças climáticas aceleradas. ;A minha palestra fará um alerta sobre a necessidade de se limitar o consumo e o desperdício, que é muito alto no DF;, aponta. O professor também analisará os efeitos da política de resíduos sólidos. ;Tratamos bem os esgotos, mas o mesmo não ocorre com o lixo. É preciso lembrar que esses dejetos são carregados pela chuva aos reservatórios que abastecem a cidade.;

[SAIBAMAIS]O arquiteto e urbanista Paulo Zimbres irá destacar os parâmetros que dirigiram a implantação do Sudoeste, um dos setores criados por Lucio Costa, autor do Plano Piloto, no projeto Brasília Revisitada, escrito em 1987. ;Na condução do processo, tivemos que cumprir um Relatório de Impacto Ambiental (Rima) com 58 exigências;, conta. ;Na plataforma de trabalho, tivemos de incluir aspectos de economia de energia, proteção ao meio ambiente e das áreas adjacentes.;

Como parte desse processo, medidas especiais de contenção de enxurradas foram instaladas para proteger o Ribeirão Bananal, um braço do Lago Paranoá que conta com qualidade de água excelente. Além disso, também foram tomadas precauções a fim de preservar e realimentar um aquífero localizado sob o novo bairro.

O professor Otto Toledo Ribas, por sua vez, analisará a questão do desenvolvimento urbano e seu impacto sobre o meio ambiente e a sustentabilidade. O especialista tem experiência wm gestão, com atuação nas seguintes áreas: arquitetura bioclimática, avaliação de impactos ambientais urbanos, zoneamento ambiental e urbano e habitação de interesse social.

Programe-se

Quarto Seminário Pensar Brasília
Qualidade de Vida ; Sustentabilidade

Hoje, às 8h30, no Auditório Hipólito José da Costa, na sede do Correio Braziliense (Setor de Indústrias Gráficas, Quadra 2, Lote 340). Inscrições pelo telefone 3214-1275

Resíduos high-tech

A questão do lixo eletrônico também é uma preocupação no DF. Estimativas da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos (Abere) indicam que, até 2013, o país terá 1 milhão de toneladas desse tipo de resíduo. Grande parte dos materiais é descartada de maneira errada e gera problemas ambientais graves, por conta dos metais pesados que compõem os circuitos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal n; 12.305) prevê que tanto as empresas produtoras quanto as unidades da Federação têm que desenvolver ações para receber esses materiais. Na capital, há pontos de coleta e também cooperativas e empresas especializadas na reciclagem desses produtos.

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