Sem uma política de desenvolvimento do Entorno não há solução viável para Brasília. Com base nessa premissa, a Secretaria de Trabalho do Distrito Federal, por meio da Secretaria do Entorno, iniciou negociações com o governo de Goiás para implantar programas de qualificação profissional e de geração de emprego nas cidades-dormitórios localizadas no estado vizinho. Por dia, 800 mil pessoas circulam entre a área metropolitana e o Plano Piloto para exercer uma atividade profissional, estudar ou utilizar os serviços de saúde da capital da República. Estudo preparado pela Companhia de Desenvolvimento e Planejamento (Codeplan) estima que mais de 50% dos que buscam emprego nesse universo não possuem especialização. Não há números confiáveis sobre a Região Integrada de Desenvolvimento Econômico (Ride-DF), formada por 22 municípios goianos e mineiros e o DF, mas calcula-se que o índice de desemprego possa atingir 25% em alguns deles. Isso ampliaria o total de desempregados de 180 mil, número registrado pela Codeplan, para algo em torno de 300 mil para toda a região.
"Não adianta: se não for pensado o Entorno como parte permanente do DF, todas as ações que estamos fazendo vão ficar aquém da real necessidade", pondera o secretário-adjunto da Secretaria do Trabalho, Divino Valério, que está há 70 dias no cargo. Para ele, é necessário gerar emprego e renda para essa população flutuante. A missão da secretaria iria além da qualificação profissional da população da capital e da Ride, e buscaria o equilíbrio entre oportunidade, mercado e renda.
26 mil
Total de trabalhadores atendidos em 2012 por cursos de qualificação da Secretaria de Trabalho do DF
;A geração de emprego no Entorno depende do governo federal, porque temos uma especificidade: estamos falando de outro estado, de outro controle;, Divino Valério, secretário-adjunto do Trabalho do DF
Força digital
O setor de TCI faturou
US$ 3 bilhões em 2011 e movimentou 3,5% do PIB do DF, o que, para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, só se compara à indústria civil. Hoje a capital conta com 700 empresas privadas e 30.300 postos de trabalho, que garantem a terceira colocação de maior mercado do país. Com o crescimento do Parque Digital, a perspectiva é ter um crescimento superior a 7% e se estabelecer na segunda posição, atrás apenas de São Paulo. A tendência é brasileira, já que o país ocupa a sexta posição nos negócios mundiais, disputando com os emergentes China e Índia e os desenvolvidos Japão, Alemanha e Estados Unidos. São, ao todo, 70 mil empresas nacionais responsáveis pelo faturamento de R$ 96 bilhões.