postado em 28/11/2012 11:16
A transformação do Banco de Brasília (BRB) em uma instituição capaz de financiar o crescimento do Distrito Federal foi anunciada hoje, na abertura da quinta e última edição do Projeto Pensar Brasília, pelo secretário de Desenvolvimento, Cristiano Araújo. Segundo ele, é necessário criar mecanismos capazes de atrair grandes empresas para as áreas de interesse econômico instaladas na capital da República, como os polos JK e Digital.
%u201CO BRB precisa deixar de ser apenas a fonte pagadora do funcionalismo distrital para assumir um papel mais atuante na promoção do desenvolvimento do DF%u201D, afirmou. Para ele, oferecer apenas incentivos fiscais não basta. %u201COs empresários querem regras fixas e segurança para investir%u201D, afirmou. %u201CNesta semana, graças às políticas que desenvolvemos, atraímos uma empresa farmacêutica para o Polo JK. O capital acertado será de R$ 85 milhões, com geração de 500 empregos.%u201D
Ele também levantou outras possibilidades de atrair investimentos para a Cidade Aeroportuária, a ser construída na Região de Planaltina. Setenta por certo da área, que será destinada à logística de carga, já foram desapropriados. Por último, alertou para as possibilidades oferecidas para Brasília pelo Fundo Constitucional do Centro Oeste (FCO), que saltarão de R$ 1,5 bilhão neste ano para R$ 3 bilhões em 2013.
Por último, a arquiteta Karla Figueiredo defendeu o desenvolvimento econômico sustentável da cidade a partir da criação de novas áreas de ocupação, além do adensamento e verticalização das regiões com infraestrutura. De acordo com Karla, Brasilia, desde o seu desenho inicial, ela tem um centro muito demandado, com cidades satélites distantes uma das outras e do Plano Piloto. Por conta desta configuração territorial, o Plano Piloto afoga-se em carros, com vias intransitáveis, e as cidades satélites passam longe do desenvolvimento econômico real.
No seu ponto de vista, as regiões administrativas podem tornar-se mais verticais e versáteis, de forma que serviços, emprego e moradia sejam oferecidos perto de onde as pessoas estão. %u201CPorque Nova Iorque é a cidade mais verde dos Estados Unidos? Porque todo mundo que esta ali ocupa uma infraestrutura instalada já naquele lugar. O trabalho é ali, anda-se pouco de carro, anda-se muito de metrô, a pé%u201D, exemplificou a especialista.
Em sua exposição, o pesquisador Patrick Maury defendeu a transformação do Distrito Federal em um grande polo logístico. Para isso, seria necessário estender as ligações ferroviárias para a malha Norte-Sul e ampliar a capacidade de carga das rodovias já existentes. %u201CBrasília é a capital do cerrado brasileiro, a maior fronteira agrícola do país, e tem uma área de influência bastante ampla, o que a transforma numa alternativa bastante interessante para zonas congestionadas, como São Paulo e Rio de Janeiro%u201D, afirmou.
O Projeto Pensar Brasília, promovido pelos Diários Associados-DF, visa encontrar alternativas para o futuro da capital brasileira. Na quinta edição, debateu-se a questão do desenvolvimento econômico. Já foram analisadas as áreas de transporte, educação, habitação e sustentabilidade.