Quem é Você na Novela

A novela que parou a cidade: fãs vestidos de personagens e TV com churrasquinho

postado em 19/10/2012 23:56
Sexta-feira é noite de badalar, ir a festas, ao bar, se divertir, conversar, jantar%u2026 Mas, neste 19/10, em especial, famílias, entre jovens e adultos, homens e mulheres, pararam para assistir ao último capítulo da novela das 21h da TV Globo, Avenida Brasil. Teve quem se reunisse em choperias como a Garota Carioca, localizada no Setor Comercial Norte, para acompanhar as emoções finais e depois, emendar a noite com muita música. Houve também quem ficasse em uma praça, junto com os vizinhos, sentado no gramado, com uma televisão de 29 polegadas improvisada, churrasquinho de gato e cerveja, no Cruzeiro Novo. No primeiro caso, as pessoas chegaram por volta das 18h, depois do trabalho. O bar, com música ao vivo e vários telões, aos poucos foi enchendo e, na hora da atração, contava com mais de 100 espectadores. Promotores fantasiados davam o tom da festa - até Zezé marcou presença (ou um promotor fantasiado da personagem que virou sucesso na internet). O casal Thiago Padilha, 30 anos, agente penitenciário, e Kallyna Lopes, 26, assessora, namora há 7 anos e adora sair para se divertir. Só que na última semana, os programas noturnos começaram sempre após a novela acabar. "Ele é muito mais viciado que eu, e como sai do trabalho cedo, acompanhava sempre os capítulos. Essa novela foi especial, todo mundo se contagiou porque fala de vingança e perdão, algo muito comum na vida real. Agora na última semana, até dos estudos fugi para conseguir assistir", conta ela. Já Thiago disse que apenas começou a seguir os passos de Carminha (personagem interpretado por Adriana Esteves) e companhia, na metade para frente da novela. Apesar de não ter acompanhado muito o enredo global, a funcionária pública Aguineide Vital, 56, disse que os últimos capítulos foram marcantes e deixaram uma lição. "A maldade da Carminha reflete o maltrato e o trauma dela de infância, quando foi abandonada no Lixão. As famílias precisam amar muito seus filhos, pois uma má criação pode gerar consequências no futuro", destacou. No Cruzeiro, há uns 10 minutos de lá, um grupo de amigos resolveu ir até o churrasquinho que fica em uma praça, na quadra 505, em frente aos seus prédios, e se reuniu para acompanhar a história. Com uma televisão conectada à energia de um dos moradores, e o auxílio de duas extensões emendadas, a animação foi garantida. O local, sempre movimentado às sextas-feiras à noite, ficou ainda mais cheio. O técnico de informática Alan Oliveira, 34, admitiu ser noveleiro de plantão e comparou o programa ao bairro do Divino, lugar de animada simplicidade e um dos núcleos de Avenida Brasil. "Nada melhor que juntar a galera, beber um pouco, e poder ver a novela por aqui. Foi a melhor idéia que tivemos nos últimos tempos", destacou. Já Leonardo Barbosa, servidor público de 30 anos, e um dos mentores do evento, disse que marcou a reunião para ver o pessoal e não a novela. "Senão trouxéssemos a televisão, ninguém ia querer vir. Assim, todo mundo se animou e não ficou em casa", conta. Ele estava acompanhado da esposa, do filho, dos pais, irmãos, além de duas tias. Mesmo com tanta festa, houve quem, após duas horas de atração, não aprovasse o modo como a história se encerrou. "O final foi um pouco óbvio. Isso é ruim, pois colocamos muita expectativa e depois nos frustamos. O melhor seria se a Carminha não fosse a assassina do Max, por exemplo. Mas, o suspense valeu a pena. Agora é esperar a próxima novela, que seja tão emocionante quanto essa", disse Yelda Barbosa, dona de casa de 47 anos e mãe de Leonardo.

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