;Esse amigo do Renato bateu lá em casa com o Giuliano Manfredini (filho do Renato). Queria que eu fosse o primeiro a ler a peça. Mas, o Giuliano pediu para ler antes. Claro, não fui contra;, relembra Fernando Villar. Após o consentimento do dramaturgo, Giuliano se trancou no primeiro quarto que viu naquele desconhecido apartamento na Asa Sul e saiu depois de 30 minutos. ;Pô, meu pai era muito doido;, teria dito após a leitura.
Ao contar a história, Villar se emociona: ;Depois que o Renato ficou famoso, quase não via seu filho e ficava sempre impressionado com o tanto que ele tinha crescido. Quando vi o Giuliano ali na minha casa, tão alto, disse para ele: ;Seu pai ia gostar de vê-lo;;. Nessas circunstâncias, há três anos, o professor do Departamento de Artes Cênicas da UnB tomou conhecimento de A verdadeira desorganização do desespero. Como era amigo pessoal do Renato, estranhou que o cantor não tenha com ele compartilhado da incursão. No entanto, ficou feliz ao escutar que ;se o Villar não fizesse, ninguém mais o faria;. ;Foi isso que o tal amigo me disse. Que Renato pensou na minha direção ao escrever. Uma enorme responsabilidade, imagina!”
A amizade entre Fernando Villar e Renato Russo, diferente das demais, não se iniciou na movimentada Colina ou em agitos culturais da cidade, embora se esbarrassem de vez em quando. ;Éramos professores de inglês no mesmo curso, o extinto Stanford, na Asa Norte. O pai do (poeta) Nicolas Behr dava aula de russo. A diretora dizia que só tinha artistas ali;, lembrou, aos risos.