A instalação de projetores no auditório da Cultura Inglesa, na Asa Sul, no alvorecer da década de 1980, tornaram o local um sala de cinema aconchegante. O então professor da instituição Renato Russo fazia questão de assistir a todas as sessões ; de Rogério Sganzerla a Jean Renoir. Mas o que diria Russo ao ver sua vida e obra retratadas na tela grande? Se estivesse vivo em 2013, certamente daria um parecer em relação aos dois longas de ficção sobre seu universo agendados para este ano. E Giuliano Manfredini, filho de Renato, tem planos de erguer um documentário sobre o pai para breve.
Previsto para estrear em 31 de maio, Faroeste caboclo, debute em longa-metragem do brasiliense René Sampaio, é uma livre adaptação de uma das canções mais famosas de Russo. O trio de protagonistas João de Santo Cristo, Maria Lúcia e Jeremias serão vividos, respectivamente, por Fabrício Boliveira, Isis Valverde e Felipe Abib. Sampaio, que esta filmando cenas adicionais para a película esta semana no Distrito Federal, sonhava em tornar a história um filme desde que ouviu a música pela primeira vez, quando tinha 14 anos. Philippe Seabra é o produtor musical da empreitada, e garante: ;O filme vai ser um sucesso. René é uma grande promessa do cinema brasileiro;.
Renato vivo
Somos tão jovens deve chegar às telas no segundo semestre. A saga da juventude roqueira de Brasília será mostrada pelo olhar do diretor Antonio Carlos da Fontoura. Renato será vivido por Thiago Mendonça; Seabra, por Victor Carballar. O vocalista da Plebe Rude foi consultor do filme, já que testemunhou todas aquelas passagens à época. ; Foi desconcertante ver o Thiago de Renato, ele pegou os trejeitos e ficou muito parecido;, conta Seabra. ;Todo mundo da nossa turma está representado. Esses dois filmes vão dar o que falar;, promete.
Em 18 de junho de 1988, a Legião Urbana tocou pela última vez em Brasília. O fatídico show no Estádio Mané Garrincha reuniu uma multidão de 50 mil pessoas. O resultado, como reza a história, foi angustiante. Renato se alterou no palco e encerrou a apresentação com menos de uma hora transcorrida. O povo se rebelou. A baderna se instalou. Uma legião de fãs amargurados.
Giuliano Manfredini pretende reverter a memória. No mesmo local e diante da mesma quantidade de pessoas. Em junho (data provável), o estádio volta a receber Renato Russo, em luz e holograma. O projeto ; que custou R$ 6 milhões e contou com incentivos públicos ; está cotado para a reinauguração da grandiosa arena. Disputa a vaga com Paul McCartney, também convocado para a tarefa. Apesar das indefinições, tudo indica que a capital será presenteada com ambas as atrações.
No que depender do herdeiro, nada de descanso para o pai em 2013: ;Antecipo que neste ano os fãs podem esperar muitas novidades sobre Renato Russo;, revelou ao Correio. E, quem sabe, até uma certa peça para o ano que vem.