postado em 08/06/2012 13:00
Um grupo de alunos do ensino médio de escolas públicas do Rio vai apresentar durante o Pop Ciência, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio;20), um mapa georreferenciado. O mapa cruza dados sociais com coordenadas geográficas, apontando problemas socioambientais diagnosticados nas comunidades onde vivem os estudantes: Maré, Manguinhos e Jacaré, todas na zona norte da cidade.O trabalho foi desenvolvido em parceria com jovens de Moçambique, na África, por meio do CEnaRios - versão em português para Science Centers Engagement and the Rio Summit. Trata-se de um desafio internacional lançado pela Associação de Centros de Ciência e Tecnologia, organização internacional sem fins lucrativos que reúne 600 instituições de várias nacionalidades a centros de pesquisa de 12 países. Esses centros convocaram representantes da juventude para desenvolver projetos sobre desafios globais e os impactos locais. No Brasil, o único participante é o grupo carioca, vinculado ao Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os resultados dos projetos, cujos temas são acesso à água potável e alternativas sustentáveis de consumo de energia e saúde, serão apresentados por meio de videoconferência com a participação de todos os jovens contemplados pelo CEnaRios.
As descobertas estão sendo narradas em um blog, no qual jovens brasileiros e moçambicanos trocam experiências e informações. No blog, a estudante Taize Fagundes, 16 anos, diz que em Manguinhos, onde mora, há ;muitos pontos negativos, mas também não podemos esquecer dos pontos positivos;. Entre os negativos, ela cita a truculência de policiais que ;acabam matando pessoas inocentes;, os alagamentos em caso de chuva, o esgoto a céu aberto e ;lixo pra todo lado;, além do tráfico de drogas que, segundo a menina, é explícito.
Mayara Lima, 17 anos, moradora da Maré, destacou que em sua comunidade os principais problemas são a falta de ;infraestrutura das passagens pelas pontes, o saneamento básico e a educação;, além da presença do tráfico.
Já Mariane Cavalcante, que também mora na Maré, destacou que a mudança que procura é a ;que faça bem para todos;. ;Devemos pensar uns nos outros, se isso acontecer vamos enxergar as diferenças, mas abandonar preconceito ou recriminação seja por cor, ou por dinheiro, todos devemos ser respeitados e também respeitar. Devemos buscar a mudança que faça bem para todos, que é salvar o planeta;, destacou.
A apresentação do documento ocorrerá no dia 19 de junho, às 14h, no Armazém 4, do Cais do Porto. O Pop Ciência na Rio%2b20 é gratuito e aberto a todo o público. O evento foi criado pelo Grupo de Trabalho Popularização da Ciência na Rio%2b20, do qual participam o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Instituto Brasileiro de Museus e a Fiocruz, entre outros.