Rio de Janeiro ; O Banco Central (BC) vai submeter à audiência pública duas propostas regulatórias tratando da responsabilidade socioambiental das instituições financeiras. A informação foi dada nesta quarta-feira (13/6) pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, em palestra dada no terceiro dia do ciclo de debates Brasil Sustentável ; O Caminho para o Desenvolvimento.
O ciclo de debates é promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, no Jardim Botânico, no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável ; Rio%2b20. Tombini esclareceu que a primeira proposta visa a estabelecer a obrigatoriedade de as instituições financeiras adotarem uma política de responsabilidade socioambiental compatível com seu porte e com a complexidade de seus produtos e serviços, devendo estar alinhada a sua política estratégica.
;Destacam-se a necessidade de mensurar os impactos socioambientais dos produtos e serviços ofertados, a adequação dos produtos às demandas dos clientes e usuários, bem como o gerenciamento do risco socioambiental. O estabelecimento de tal prática funcionará como um incentivo adicional para o aumento de eficiência, diminuição de custos e ganhos de produtividade;, acredita.
Já a segunda norma visa a estabelecer a obrigatoriedade de divulgação anual, pelas instituições financeiras, de relatório contendo as informações relacionadas às práticas adotadas no âmbito da política de responsabilidade socioambiental da instituição. ;Esse relatório deverá ser elaborado em conformidade com as melhores práticas internacionais, de modo a evidenciar para a sociedade, de forma clara, a relação da instituição com suas partes interessadas;.
O presidente do BC disse, em seu discurso, que os desafios ainda são grandes e que a Rio%2b20 é um importante fórum para se discutir, inclusive, formas de aperfeiçoamento da participação do sistema financeiro para assegurar o desenvolvimento sustentável. Tombini disse acreditar ;no potencial transformador propiciado pelas ações, no âmbito do sistema financeiro, na direção de um modelo de desenvolvimento que seja economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente justo;.
Segundo ele, a atuação pró-ativa e inovadora de várias instituições financeiras evidenciam clara percepção da necessidade de uma abordagem que incorpore tais preocupações ambientais e sociais em seus planos de negócios. ;As medidas agora propostas fortalecem tal evolução das instituições financeiras no sentido desse novo modelo organizacional;.
Tombini lembrou, ainda, que o BC e o Ministério do Meio Ambiente estabeleceram, em 2010, um acordo de cooperação técnica, com resultados na área do desenvolvimento socioambiental. ;Esse trabalho conjunto tem contribuído para a construção de uma rede de cooperação institucional, no governo e no setor privado, permitindo um constante diálogo com a indústria financeira, particularmente no que toca ao engajamento em fóruns de discussão e em outros importantes encontros;.