Rio de Janeiro ; O Brasil quer levar o mínimo de controvérsias para os chefes de Estado e Governo que vão examinar o documento em negociação na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio%2b20) por representantes de mais de 190 países.
O secretário executivo da delegação brasileira na Rio%2b20, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse que, para buscar consenso nas negociações ainda repletas de pontos polêmicos, os articuladores intensificarão as reuniões para concluir o texto final até meia-noite desta sexta-feira.
[SAIBAMAIS];Há temas que requerem um esforço conciliador maior, como a questão dos meios de implementação e transferências de tecnologias [limpas]. Os tradicionais doadores se retraem. É natural que se queira um esforço maior e mais tempo;, disse Figueiredo, lembrando que, a partir deste sábado (16/6) os negociadores, liderados por brasileiros, farão consultas informais na tentativa de obter acordos gerais.
Segundo Figueiredo, não há obstáculos novos nas negociações, mas os ajustes podem ser feitos até o próximo dia 19, véspera da reunião de cúpula da conferência. Os chefes de Estado e Governo se reúnem na próxima semana, de 20 a 22. A expectativa brasileira é a de que o texto "progrida harmonicamente". ;Não é razoável que apenas parte do texto seja limpo, é natural que haja arrefecimento em certas áreas;.
Como terminam oficialmente hoje à noite as reuniões das delegações, o governo brasileiro não assume imediatamente a presidência do evento, mas a coordenação como país-sede do evento. A partir daí, a delegados brasileiros vão acompanhar as negociações informais que continuarão sendo conduzidas em quatro grupos. ;Começaremos um processo de consultas informais. Será uma continuação do esforço conciliador com o objetivo de promover convergências nos pontos negociados. O Brasil não tem texto na manga, nem surpresa. Vamos continuar no processo;, garantiu Figueiredo.
O embaixador explicou que, a partir de agora, os negociadores terão que ser mais objetivos em relação ao texto. Não haverá mais tempo para mudar a forma, apenas o conteúdo. Segundo ele, a intenção é discutir apenas pontos imprescindíveis. ;Não será mais hora de por texto na tela e mudar verbos. A ideia é que o prazo final seja dia 19. Não há por que esticar uma negociação. Vamos terminar a tarefa que temos pela frente;, acrescentou.