Com uma frota de 1,4 milhão de veículos e metade da população atrás do volante, o DF possui largas avenidas que se tornam intrafegáveis nos horários de pico. Há muito carro para pouco espaço: um passageiro pode ocupar uma área 24 vezes maior do que a ocupada por usuários de ônibus.
Na contramão dos motoristas solitários, entra em cena a carona solidária ; movimento que incentiva o uso compartilhado dos automóveis por pessoas que realizam o mesmo trajeto. Os defensores da ideia apontam como as principais vantagens a diminuição da emissão de poluentes e do tempo perdido em congestionamentos e a menor necessidade de criação de estacionamentos.
A secretária Rissilene Lima, 31 anos, destaca outra qualidade: a socialização. Todos os dias, ela oferece espaço para os colegas de trabalho na ida e na volta para o serviço, contanto que não saia da rota Samambaia/Asa Norte. Dois deles, Aline Barbosa e Paulo Costa, tornaram-se presença frequente nas viagens. "Para mim, a aproximação é o que tem de melhor. Acabamos ficando apegados uns aos outros", afirma. Na ida para o anexo do Ministério da Integração Nacional, na 906 Norte, Rissilene busca Aline no centro de Taguatinga. Na volta para casa, é a vez de Paulo se juntar ao grupo.
A motorista diz que prefere não cobrar pelo trajeto, pois não precisa sair da rota para ajudá-los. "Cobro só a amizade deles", brinca. "Infelizmente, a carona não é comum. A gente vê que as pessoas são muito individualistas e acabam prejudicando o trânsito. Não acho que a carona seja a solução, mas ajuda", completa.
Confira a íntegra no Aqui-DF desta quarta-feira (5/6)