As nascentes do córrego Alagado, entre Gama e Santa Maria, estão ameaçadas pelo descarte de entulho na região. Na tentativa de desativar o Lixão da Estrutural, o governo autorizou o despejo de restos de materiais de construção em uma área de 10 hectares rica em mananciais que alimentam o Rio Corumbá, futura fonte de captação de água para abastecimento da população do Distrito Federal. Inicialmente, segundo denúncia à Justiça Federal, o terreno escolhido para a implantação da Área de Transbordo, Triagem e Reciclagem e de Aterro de Inertes ficaria em São Sebastião, mas a presença de chacareiros no local levou à mudança de endereço.
No espaço escolhido para a implantação do aterro, no ano passado, há três nascentes e o Córrego Alagado. Uma delas fica embaixo de onde é depositado o resto de material de construção, segundo documento apresentado à Justiça pela advogada Elza Zaluski. ;Fizeram estudo para uma área em São Sebastião, mas, como estava ocupada por chacareiros, decidiram colocar no Gama sem qualquer avaliação sobre a questão ambiental. Realizaram apenas uma vistoria superficial em uma única visita;, disse a responsável pela ação.
Além de colocar os mananciais em risco, a área escolhida para o aterro fica dentro da propriedade de uma produtora rural, que diz ter a concessão de uso do terreno e mora na região há mais de três décadas. O local faz parte da Reserva Legal do terreno e de uma Área de Preservação Permanente (APP). ;A gente não mexe em nada, chega o governo e faz isso. Desmataram tudo. Experimenta cortar uma árvore sem pedir autorização para ver o que acontece?;, criticou a advogada e moradora do local, Letília de Miranda Pereira, 62 anos.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .