postado em 28/07/2014 18:41
A lista de animais que entram em extinção a cada ano revela o quão grave é a situação de preservação da fauna. O peixe-boi marinho é mais um que encontra-se no meio desta triste realidade, mas é também um dos poucos que pode comemorar alguns sinais de progresso. O projeto Bichos D;água, patrocinado pela Petrobras, comemora este mês o aniversário do filhote de peixe-boi marinho encontrado há um ano na costa leste da Bacia do Marajó, no Pará. Omar, como é chamado o animal, trouxe esperança para pesquisadores já que, a espécie era considerada extinta na Amazônia desde o início da década de 1980.
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;Antes da descoberta do filhote Omar em 2013, a última evidência de peixe-boi marinho na região foi em 2005, quando um pescador achou um crânio que identificamos como sendo da espécie. Hoje, estamos bem otimistas, temos uma boa relação com os moradores locais, que têm nos repassado cada vez mais informações;, afirma a coordenadora do projeto Bichos D;água, Renata Emin. Segundo a coordenadora, ainda levará cerca de um ano para que o filhote seja solto em seu habitat natural. Enquanto isso, moradores da comunidade de Passagem Grande, em Salvaterra, na Ilha do Marajó (PA), auxiliam nos cuidados com Omar, após um treinamento feito pela equipe técnica do projeto. Mesmo após a soltura, o animal continuará acompanhado pela equipe, monitorado por tecnologia de rastreamento por meio de chip.
Atualmente, o peixe-boi marinho é o mamífero aquático mais ameaçado de extinção do Brasil. Alguns fatores contribuem para que o animal esteja no status de criticamente ameaçado, sendo o principal deles a intervenção humana no meio ambiente. Alguns exemplos de uso desordenado da natureza que afetam diretamente a espécie: poluição e lixo nos mares e rios, circulação desordenada de embarcações motorizadas nos locais de ocorrência dos peixes-boi marinhos, desmatamento, construções de prédios em lugares próximos a praias e mangues, a captura acidental em redes de pesca.
Além das situações mencionadas acima, outra gera grande repercussão nos meios de combate à extinção completa do animal. A caça ao peixe-boi marinho foi proibida em 1967, mas ainda existem relatos desse tipo de atividade ilegal. Dados do Ibama revelam que era comum cerca de 500 animais serem mortos por ano, com o fim de utilizar o couro para produção de artigos, como correias, e a carne para consumo humano. O número de animais da espécie hoje é tão baixo, que a caça não sustenta nem a captura para subsistência das populações ribeirinhas.