No próximo dia 21 o mundo vai parar. E por uma boa causa. As mudanças climáticas, que afetam cada vez mais o dia a dia do planeta, serão alvo no próximo domingo de protestos em 133 países, incluindo o Brasil.
Com mais de 200 organizações ambientalistas e sociais envolvidas, os protestos vão pedir a chefes de Estado que parem de falar e comecem a agir contra as mudanças climáticas. Tanto esforço é para chamar a atenção do secretário geral da ONU Ban Ki Moon, que convocou para o dia 23 de setembro cúpula que reunirã presidentes e parlamentares de 160 países para discutir o rumo das políticas internacionais em relação ao clima.
Por este motivo o principal evento acontecerá nas ruas de Nova Iorque. De acordo com os organizadores, entre eles 350.org, Avaaz, Anistia Internacional e Greenpeace, a expectativa é que a mobilização em Nova Iorque reúna 150 mil pessoas. Ao redor do mundo são esperadas mais de 1 milhão de pessoas. "Será a maior marcgha climática da história", afirma NIcole Oliveira, da campanha da 350.org no Brasil. "Os líderes de Estado precisam entender que não podemos mais discutir o assunto na esfera política, precisamos partir para o ação. E urgente, antes que a situação saia do controle e as mudanças climáticas cheguem a patamares ireversíveis", afirma.
Brasil
O Brasil também está inserido no movimento global e o cenário escolhido foi o Rio de Janeiro. No mesmo dia 21 às 10h30 está marcado o início da marcha brasileira, que terá ponto de partida no posto 8 da praia de Ipanema. "Quando os líderes políticos perceberem que esse é um assunto caro aos brasileiros, certamente o trarão para a agenda prioritária da política", explica Michael Mohallem, coordenador de campanha da Avaaz no Brasil.
Fernando Meirelles, Dira Paes, Sérgio Marone, Caetano Veloso, Rodrigo Santoro, Marcos Palmeira e Caio Blat são algumas das celebridades brasileiras que estão apoiando o dia de ação global. Famosos conhecidos em todo o mundo como Lionel Messi, Kristin Bauer, Susan Sarandon e Omar Sy também fazem parte do time de estrelas que apoiam a causa. "É uma união global em prol de um problema silencioso que causa grandes desastres como secas, deslizamentos, tornados, enchentes. Temos que abrir os olhos para o problema e será por meio do protesto", conta Nicole Oliveira, porta voz da 350.org, organização ativista de combate às mudanças climáticas.
Caminho sem volta
Cientistas de todo o mundo concordam que o limite aceitável de gases de efeito estufa na atmosfera deveria ser de 350 partículas por milhão. Mas já faz algum tempo que passamos o teto. Hoje o planeta sufoca e os índices passam das 390 partículas pore milhão.
Apesar de alguns cientistas acharem que o quadro é irreversível, a batalha agora é para reverter esse cenário e tentar alcançar novamente os 350 ppm. Mas alguns estudiosos acreditam que esse é um caminho sem volta. "A quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera é tão grande nesse momento que estamos chegando a um ponto sem volta. Por isso o combate às mudanças climáticas é sem dúvida o grande desafio da nossa era", afirma Nicole.
No Brasil o grande vilão do clima é o agronegócio. Dados do Observatório do Clima apontam que 59% das emissões de gases de efeito estufa vêm do agronegócio. "Esse é um sinal claro que devemos mudar nosso modelo de desenvolvimento econômico e social", explica.
A Organização das Nações Unidas compartilha da mesma opinião. Tanto é que elegeu 2014 como o ano da agricultura familiar. Para a organziação, a saída para problemas climáticos e sociais é a mudança na forma de produzir alimentos no mundo. "É uma forma menos agressiva de desenvolvimento. O desmatamento é mínimo e a criação de postos de trabalho é imensa, já que o pequneo agricultor emprega familiares e conhecidos, ao contrário do latinfundiário, grande responsável pelo desmatamento e pelas mduanças climáticas no país", finaliza Nicole.
Para saber mais:
Marcha no Rio - http://goo.gl/cH2UZ5
Marcha em Nova Iorque - http://peoplesclimate.org/pt