Ser Sustentável

Seca não é o único problema do São Francisco

Expedição que percorreu as margens do rio relata danos além da seca. %u201CA situação é de total desolação%u201D, diz um dos integrantes da missão

postado em 03/10/2014 11:30
Uma semana após autoridades anunciarem que pela primeira vez na história a principal nascente do rio São Francisco secou, pesquisadores finalizaram caravana com um triste diagnóstico: os danos causados pela ação do homem ao maior rio inteiramente brasileiro podem ser permanentes. A Expedição Vidas Áridas, que percorreu 12 municípios ribeirinhos da bacia do São Francisco, em Minas Gerais, identificou mais que a seca já divulgada. De acordo com integrantes da caravana, formada por cinco membros, o rio sofre outros graves problemas como poluição, assoreamento, pesca predatória, queimadas da mata ciliar, contaminação por agrotóxico, entre outros problemas. %u201CA situação é de total desolação%u201D, afirma Antônio Jackson, membro da expedição e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), uma das entidades apoiadoras do projeto. %u201CTudo isso está acabando com o nosso querido rio%u201D, lamentou. Jackson destacou ainda que a foz do rio Abaeté, importante afluente do São Francisco, corre o risco de secar caso não chova nos próximos vinte dias. %u201CSe isso acontecer o São Francisco ficará interrompido em 38 quilômetros. Será um desastre. O percurso ficará totalmente seco entre a cidade de Três Marias e a foz do Abaeté%u201D, contou. Por duas semanas a Expedição Vidas Áridas percorreu aproximadamente 600 quilômetros de barco e 2800 quilômetros de carro. O objetivo era realizar um diagnóstico da atual situação da parte mineira da bacia, que vem sofrendo os prejuízos decorrentes da atual seca, considerada a pior dos últimos cem anos. De acordo com os organizadores, o próximo passo é promover um documentário de oito capítulos retratando a expedição. Eles também encaminharão o diagnóstico para os órgãos responsáveis, tanto do governo federal quanto estadual. O intuito é que medidas emergenciais sejam adotadas na tentativa de salvar o rio. As cidades visitadas pelos ambientalistas foram: Três Marias, Pirapora, Buritizeiro, Ibiaí, Ponto Chique, São Romão, São Francisco, Pedra de Maria da Cruz, Januária, Itacarambi, Matias Cardoso e Manga.

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