Ser Sustentável

Desmatamento de 30 anos atrás contribui para seca da Cantareira

Levantamento feito por ONG ambientalista mostra que desmatamento da década de 1980 ainda prejudica seca em São Paulo

postado em 09/10/2014 18:15
A retirada de árvores durante a década de 1980 da região onde está localizada a bacia hidrográfica do sistema Cantareira pode ser considerada uma das causas da falta de água em São Paulo. A conclusão é de um estudo divulgado hoje pela ONG ambientalista Fundação SOS Mata Atlântica. De acordo com o levantamento, o desmatamento no local alcançou 78% de sua cobertura florestal nativa há 30 anos, prejudicando a capacidade de produção e de renovação de água de seus reservatórios, contribuindo três décadas depois para a maior seca da história de São Paulo. Umas das responsáveis pelo estudo, Márcia Hirota, diretora-executiva da SOS Mata Atlântica lembra que a vegetação nativa tem papel importante na prevenção da seca já que evita a erosã do solo, o assoreamento dos rios e mais importante, ajuda à reposiçao da água nos lençóis freáticos. %u201CNós temos apenas 30% de área com florestas preservadas nesse manancial - sistema Cantareira. O restante precisa ser recuperado ou têm uso inadequado de solo%u201D, afirma a coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro. O mapeamento que forneceu dados para que a pesquisa pudesse ser desenvolvida é fruto de trabalho que a ONG elabora desde 1986 em parceira com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo da ONG, poucas são as iniciativas para recuperar áreas degradadas de mata nativa na região, o que agrava o problema. Hoje restam 48,8 mil hectares, ou 21,5% do que havia em oito municípios paulistas e oito mineiros. Em todo o Brasil, restaram 16,4 milhões de hectares de mata atlântica, o equivalente a 12,5% de todos os 130,9 milhões de hectares do domínio original.

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