postado em 21/11/2014 15:46
E se uma empresa fosse capaz de olhar além das esteiras de produção? É do lado de fora da fábrica que existem jovens com potencial para ir mais longe do que podiam imaginar. Foi pensando nisso que a Kimberly Clark, que produz desde papel higiênico a produtos médico-hospitalares, pensou em ações e projetos sociais que envolvessem as comunidades que moram próximas às fábricas instaladas no país.
No município de Suzano, interior de São Paulo, o Projeto Pescar ajudou a mudar a realidade de alguns jovens. A proposta é de oferecer, durante cerca de nove meses, aulas e encontros que foquem 60% na formação pessoal e 40% no aprendizado técnico. Uma série de pré-requisitos são necessários para ser escolhido para participar do programa, que contempla a cada ciclo, 20 adolescentes. É preciso que o jovem tenha entre 16 e 20 anos, esteja cursando o ensino médio, preencha os requisitos de condição social e tenha um adulto como tutor.
Jonathan Molina, 18 anos, foi um dos alunos que formou a primeira turma do Projeto Pescar em Suzano, em outubro de 2013. O rapaz nem havia despertado o interesse pelo curso, mas foi incentivado por amigos e resolveu se inscrever. Depois de aprovado em todas as etapas, Jonathan não se arrepende da escolha feita. %u201CÉ um curso muito bom. Te ajuda a crescer em todos os sentidos e ajudou muito o meu relacionamento com a minha família.%u201D
Muito tímido, ele avalia que se entrosar melhor com as pessoas foi uma das grandes conquistas depois de ter feito as aulas. %u201CTer consciência da minha timidez me fez melhorar meu convívio social e até o meu rendimento na escola. Eu passei a apresentar os trabalhos na frente da sala de aula muito mais confiante%u201D, relembra Jonathan. A iniciativa até o fez mudar de ideia sobre qual curso gostaria de fazer na faculdade: %u201Cantes eu pensava em veterinária, mas depois de passar por toda essa experiência, vou prestar o Enem pra alguma área ligada à produção%u201D.
Além de valorizar os jovens, a empresa também realiza trabalhos de apoio às mulheres. O projeto Mulher Atuação tem um fator curioso: são as próprias mulheres da comunidade que auxiliam as outras moradoras do município. São criados Grupos de Atuação e eles se dividem entre as regiões atendidas pelo projeto. As equipes são formadas por mulheres interessadas em garantir os direitos de outras e melhorar a qualidade de vida na redondeza. Qualquer pessoa esta apta a participar e os grupos formados devem ter no mínimo nove integrantes.
É o caso de Célia Tolentino, 51 anos e moradora de Mogi das Cruzes, interior paulista. Envolvida há anos com causas sociais, ela enxergou no projeto uma forma de oferecer ajuda, orientar e participar ativamente da vida de mulheres que nem mesmo conhecia. %u201CÉ gratificante você saber que, mesmo fazendo pouco, você consegue mudar a vida de uma pessoa. A gente entra em contato com todo tipo de gente e é muito bom saber que você ajudou e incentivou uma mulher a ter mais autonomia econômica%u201D.