Aquela história de ;nada se cria, nada se perde, tudo se transforma; está ganhando força no mundo sustentável. Duas iniciativas chamaram a atenção por possibilitarem o reaproveitamento de material orgânico: uma na Inglaterra e a outra no Brasil. Tanto aqui quanto lá foram desenvolvidos ônibus movidos à partir de compostos orgânicos.
A hidrelétrica de Itaipu, em parceria com a fabricante de ônibus Scania, desenvolveu um veículo movido a cocô de galinha. Isso mesmo, cocô de galinha. A cooperação entre as duas empresas visa aumentar o interesse pela produção de biometano como combustível veicular.
A Granja Haacke, localizada em Santa Helena (PR), é a responsável pela produção do material e, ainda na propriedade rural, o gás é filtrado antes de ser transportado para Itaipu.
Por aqui, a experiência começou no dia 31 de outubro. Por enquanto, o ônibus que transporta até 150 passageiros, está fazendo trajetos levando funcionários e estudantes de Itaipu até as regiões próximas. Todo o esforço de colocar em prática o projeto foi para mostrar a viabilidade do uso do biometano na mobilidade urbana das grandes cidades.
Pelo mundo
Na outra costa do Oceano Atlântico, os ingleses desenvolveram um mecanismo em Bristol, uma cidade com 80 mil habitantes no sudoeste do país. Lá é feita a coleta do esgoto urbano e a separação dos resíduos mais interessantes para a geração de combustível. Na verdade, de biocombustível. O processo técnico envolve a participação de bactérias que decompõem o material orgânico e liberam metano, que é muito inflamável e, portanto, um ótimo combustível.
A empresa que gerencia a linha do ônibus orgânico calcula que o tanque do veículo tem autonomia de até 300 km e que, para reabastecer, é preciso a quantidade de resíduos (incluindo os restos de comida) produzidos em um ano por cinco pessoas. O ônibus chega a transportar 10 mil passageiros por mês entre as cidades de Bristol e Bath.
Outros projetos pelo mundo também transformam fezes, só que de animais, em algo mais útil e valioso. Nos Estados Unidos um projeto que recebeu investimentos do Google transforma o metano produzido por fezes de porcos em energia elétrica, que é fornecida a uma fazenda da Carolina do Norte. O objetivo é reduzir as emissões de carbono ;e também o odor desagradável do excremento dos animais.