Em 2007, a atriz Flávia Alessandra interpretava uma dançarina numa novela e acabou popularizando o pole. Depois, com a curiosidade das telespectadoras, o que era considerado somente uma dança sensual tornou-se esporte, que mescla a sensualidade com o fitness, em competições profissionais e estúdios.
No DF estão as atuais campeãs sul-americanas de pole dance em dupla, Ekaterina Malykhina e Tallyta Torres, e a campeã brasileira na categoria amadora, Andressa Nirvana. E mesmo as amadoras podem levar o hobby bem a sério. A jornalista Constance Escher, 48 anos, faz aulas de pole dance três vezes por semana e pratica outras 15 horas de exercícios semanais só para melhorar sua performance na barra vertical. O pilates a ajuda fortalecer o abdômen, a musculação lhe dá força no braço e as aulas de circo desenvolvem suas habilidades em danças aéreas. Na lista estão também dança de salão, step e cycling. ;Fui buscando outras modalidades para vencer os desafios do pole dance;, diz.
Diante de tanta dedicação, é até difícil acreditar que dois anos atrás Constance era sedentária. A mudança partiu da sugestão de uma nutricionista para que ela procurasse uma atividade física. Sem paciência para os exercícios repetitivos das academias, a jornalista viu um anúncio de pole dance e se interessou. ;Eu só queria perder uns quilinhos e acabei me superando. Deixei de fumar, perdi 12 quilos e pratico exercícios todos os dias, inclusive aos sábados e domingos, de manhã e na hora do almoço;, conta.
Para Constance, os resultados são um corpo mais torneado, a superação de desafios (como o medo de altura), e o sucesso em casa. ;Danço para o meu marido, que adora. A minha barra foi ele quem fabricou porque não encontramos para comprar em Brasília;, confidencia.
Segundo a instrutora Damiana Rodrigues, técnica das atletas brasilienses, a autoestima e a confiança são trabalhadas. ;Tem uma dinâmica de desafio e conquista que é muito legal. A cada três aulas, em média, a aluna aprende a executar um novo movimento com desenvoltura;, explica.
As aulas trabalham especialmente membros superiores, abdômen, bumbum e a parte interna da coxa. O exercício funciona também como uma drenagem, que elimina as celulites, e dá condicionamento, força e resistência. ;Aquela flacidez ;do músculo do tchau;, que as mulheres costumam ter, some;, diz.
Qualquer um pode praticar, independentemente do sexo ou da idade, o pole dance. ;Uma pessoa de 60 anos pode não evoluir tão rapidamente quanto uma de 20, mas consegue executar os movimentos;, afirma Damiana. No seu estúdio, o Divas Pole Dance, é exigida apenas uma autorização dos pais, no caso de menores de idade.
Os homens também são bem-vindos, mas a procura ainda é baixa. Para eles, a prática é de movimentos acrobáticos na vertical sem muitos giros. As apresentações lembram acrobacias de circo. A única recomendação é a procura por profissionais especializados. ;É importante fazer uma aula experimental antes de se comprometer e buscar profissionais com capacitação técnica relativa ao corpo, como Educação Física ou Fisioterapia;.