Enem

Interpretar e dar sentido ao que se lê é o segredo para as provas do Enem

Em live no Facebook do Eu, Estudante, o professor de português Jota reafirma a importância de conhecer os gêneros textuais e saber interpretá-los para a prova do Enem.

Jairo Macedo-Especial para o Correio
postado em 11/09/2017 17:45

[VIDEO1]

A segunda live especial do Correio para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi recheada de dicas para a prova de linguagens, códigos e suas tecnologias. O convidado da vez foi Josino Nery, o Jota, professor de língua portuguesa do Centro Educacional Sigma. O teor da conversa ultrapassou as gramáticas e a literatura e alcançou todas as áreas de conhecimento exigidas na avaliação.
;Brinco com meus colegas dizendo que se trata de uma prova só de leitura de textos. Afinal, o candidato precisa resolver as questões a partir deles, relacionando-os com sua respectiva área;, afirma ele. No Enem 2017, serão 45 questões de linguagens, códigos e suas tecnologias. Nem por isso, uma boa capacidade de leitura deixa de ser necessária para o restante do exame, composto no total por 180 itens.

São competências de leitura que exigem amplidão de conhecimento dos gêneros. Para tanto, nada do clichê que diz: ;não pode estar errado, essa é a minha interpretação;. Josino Nery nota muitas variações desse argumento em sala de aula e afirma que é preciso repensá-lo. ;Na verdade, cada conteúdo contém em si mesmo várias possibilidades de interpretação, mas quem as dita é ele próprio. O texto indica uma direção e tudo o que eu afirmar sobre ele tem que partir dele, é claro. Interpretar é dar sentido ao que está escrito;. Segundo ele, o enunciado e o comando da questão mostram um encaminhamento de raciocínio. É preciso identificá-lo e mantê-lo em mente.

Linguagens

O professor Jota não acredita em mudanças substanciais no Enem desse ano. Ainda que as empresas que aplicam as provas tenham mudado, a elaboração parte ainda do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a essência do exame ; elaborado a partir de um banco de questões alimentado e atualizado ao longo dos anos ; segue a mesma lógica. Portanto, os itens de linguagens, códigos e suas tecnologias devem ser apresentados em seis grandes eixos: língua portuguesa, língua estrangeira, artes (música, artes cênicas e visuais), educação física (saúde do corpo e a relação dele com a sociedade), tecnologias da informação e comunicação e literatura.

Nessa última, Jota não aconselha se fixar tanto na divisão das escolas literárias, mas na capacidade de relacionar obras e sociedade. ;O Enem prefere cobrar do candidato sua capacidade de relacionar o texto com os fatos sociais e históricos. Não há uma ;escola preferida;. Tudo pode fazer parte, desde que o candidato saiba relacionar o texto e sua época.;

O que estou lendo


No bate-papo ao vivo na redação do jornal, o professor Josino Nery declarou que cabe a cada um desenvolver métodos pessoais de fazer a prova, se possível a partir de simulados e resolução de exames antigos. Ainda assim, deixou escapar pequenas dicas que podem valer muito para o candidato. ;O volume de textos no Enem é muito grande, talvez seja essa a maior dificuldade. Há praticamente um por questão. Todo aluno tem que ler e, em seguida, identificar de qual tipo ele é: uma reportagem, um poema, uma ficção. Que texto estou lendo?;. De posse dessa informação, a questão começa a se desvendar ao aluno, que redireciona a atenção dele para menos itens passíveis de estarem corretos. ;Toda questão bem-feita encaminha o leitor para ficar em dúvida entre dois itens;, observa Jota.

Na administração do tempo, grande vilão do exame para alguns, ele sugere inteligência na divisão das 5h30 de que o candidato dispõe no primeiro dia de exame. ;Li a questão. Se ;empaquei; nela, passo adiante porque sei que outras perguntas posso responder com mais facilidade.;

Redação

Perguntado sobre a necessidade de ter as regras de gramática na ponta da língua para uma boa redação, Josino Nery surpreendeu na resposta. ;Tudo aquilo que você estudou de gramática durante a vida não estará lá;, diverte-se ele. ;Isso porque não é uma prova de pronomes, nomenclaturas, etc. Ao contrário, na redação você não precisa necessariamente ser excelente nesses quesitos, mas, sim, saber estruturar uma boa escrita;.

Desse modo, ele elenca cinco competências da redação: domínio da norma padrão, coesão, estrutura, articulação de ideias e conclusão. ;Para escrever bem, você precisa pensar nas ligações das partes que compõem o todo. Chamamos de coesão. A dica é saber quais termos são importantes para costurar o raciocínio, usar bem as conjunções, pronomes relativos e preposições ; palavras que interligam o texto.;

Reta final

Faltando dois meses para o Enem, é tempo de revisar o conteúdo, resolver provas passadas e praticar a redação. Pelo menos uma vez por semana, o aluno deve enfrentar o papel em branco e escrever uma dissertação. ;Nesse momento, pratique. Faça redações pelo menos uma por semana. Além disso, veja edições de outros anos, esse pode ser o caminho das pedras;, sugere Jota.

Quanto à dica do que tome de redação, Josino Nery desconversa. ;Alunos cobram e é difícil responder. Pode ser algo que envolva envolva meio ambiente ou relação de tecnologia com a nossa vida. Fique atento a quaisquer temas que envolvam nossa vida em sociedade!”

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação