Enem

Enem 2017 terá apenas um terço dos detectores de metal do ano passado

Quantidade corresponde a 35% dos equipamentos utilizados no ano passado. MEC garante que segurança do exame não corre riscos

Daniel Cardozo, Especial para o Correio
postado em 27/09/2017 18:02
Quantidade corresponde a 35% dos equipamentos utilizados no ano passado. MEC garante que segurança do exame não corre riscos
A edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá 29 mil detectores de metal. A quantidade corresponde a 35% dos equipamentos utilizados no ano passado. O Ministério da Educação (MEC) garante que a implantação dos aparelhos que rastreiam pontos eletrônicos ; novidade anunciada hoje (27) em São Paulo ; dará segurança à prova.

Um impasse judicial com o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), responsável anterior pela logística da prova, fez com que a presença de detectores de metal esteja indefinida a 38 dias do exame.

Associados, detectores de metal e aparelhos capazes de detectar escutas serão usados para combater fraudes. No ano passado, 120 candidatos foram eliminados por esse motivo. O Inep descartou qualquer possibilidade de cancelamento do Enem por questões de segurança. O novo advento de pontos eletrônicos seria capaz de identificar sinais de WiFi, Bluetooth, celulares e transmissões ilegais.

O Ministro de Estado da Educação, Mendonça Filho, lamentou o uso de escutas por parte de candidatos, como ocorreu em edições anteriores. "Nosso objetivo é combater os pontos eletrônicos que, infelizmente, ainda são usados em exames de grande expressão como o Enem. Estamos pensando no conforto dos participantes e isso representa um ganho extraordinário", afirmou.

Danilo Molina, ex-assessor do Inep, do Ministério da Educação e da Casa Civil da Presidência da República, afirma que a eficácia das medidas depende da abrangência. ;Ainda não sabemos qual é a tecnologia implantada nesses aparelhos antiescuta. O déficit de detectores de metal já é grave por si só. É preciso saber se os aparelhos que vão ser usados darão conta de todas as salas, em todos os locais de prova. Obviamente, uma situação como essa gera insegurança nos estudantes, que já tem motivos suficientes para ficarem ansiosos com a prova;, critica.

Impasse com o Cebraspe
O fim da parceria entre Inep e Cebraspe foi anunciado no começo do ano. A posse dos detectores de metal passou a ser disputada entre o Poder Executivo e a instituição. Houve decisão favorável ao Cebraspe e, por isso, a utilização dos aparelhos é tratada com cautela por parte da instituição.

A assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que existe a tentativa de acordo para empréstimo dos equipamentos do ano passado, mas, caso não ocorra entendimento, cada local de prova terá dois detectores. "O consórcio aplicador tem 29 mil detectores de metal à disposição, que serão distribuídos de forma que cada uma das 13.620 coordenações de local de prova tenha, pelo menos, dois detectores de metal, totalizando 27.240. Os demais 1.760 serão usados em locais estratégicos recomendados pela Polícia Federal como resultado de um trabalho de inteligência que vem sendo preparado desde a aplicação do Enem 2016".


Por e-mail, o Cebraspe afirmou que "apresentou proposta para a cessão de parte desse acervo, com o objetivo de contribuir com a segurança do Enem 2017. O Centro entende que, em breve, essa situação será resolvida, tendo em vista o posicionamento do Inep frente a referida proposta".

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