Enem

Aulão no Sigma equilibra revisão e diversão para reta final do Enem

Batizado de Sigma %2bEnem, terceira edição do evento trouxe música, leitura de textos e dicas de revisão

Eu, Estudante
postado em 29/10/2018 21:15
Após longa preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pipocam pelas cidades atividades nas quais entretenimento e seriedade caminham na mesma direção. Trata-se do popular ;aulão;, formato que une momentos de estudos finais com atividades de relaxamento físico e mental. O Centro Educacional Sigma promoveu, na tarde desta segunda-feira (29), uma ação do gênero, batizada de Sigma %2bEnem, que já perdura há 4 anos consecutivos na instituição, trazendo parte de seus cerca de 600 alunos do terceiro ano para o pátio da unidade da Asa Sul do colégio.

Lá, eles participaram de brincadeiras, assistiram breves leituras teatrais, ouviram e cantaram canções e receberam as orientações finais antes do primeiro grande dia de exame, no próximo domingo, 4 de novembro. ;É uma ocasião que os ajudam a estarem focados sem, no entanto, causar cansaço;, afirma Gláucia Brito, coordenadora do ensino médio do Sigma 912 Sul. ;O Enem, é claro, não é trabalhado somente na terceira série. Em todos esses anos, o conteúdo foi concretizado e, agora, é a hora de interagir de forma diferente.;
Pátio do Sigma virou espaço de teatro e música
Em 2018, o exame completa 20 anos de existência. De lá para cá, muito do formato e dos objetivos das provas mudaram. A coordenadora vê a evolução positiva por todos os lados. ;Tivemos que aprender a lidar com o Enem e o Enem com a educação brasileira. As competências e os valores postos pelo exame são ganhos para a educação. Hoje, o exame exige que o aluno seja mais pensante, demonstrando o que pensa e exigindo que ele pense o mundo.;

Beatriz Carvalho, 17 anos, separou um tempo de seus estudos ; em busca de uma vaga em medicina ; para comparecer ao aulão. ;É bem legal. Aprendemos coisas novas e fazemos revisão, sem deixar de se divertir.; Bruno Couto, 17, concorda com a colega. ;Minha reta final tem sido de estudos diários, o dia todo na escola e, à noite, ainda reviso em casa;, diz. A essa altura, a ansiedade bate. ;Reviso muito a área de humanas, que tem mais conteúdo de que não lembro. Só descanso no domingo. Afinal, ficar com a cabeça toda no exame não vale a pena;, diz.

Gláucia Brito sente que há uma natural ansiedade para o aluno que fará o exame. É inevitável. O importante, para ela, é organizar-se e manter o foco. ;A gente fica com uma energia mais leve. Há, sim, uma ansiedade, mas penso que, se nos organizamos, conseguimos uma consciência mais tranquilo.;

Gêneros textuais no palco

O aulão foi liderado pelos próprios docentes da instituição, que subiram ao palco para brincar com o público ; seja se fantasiando, cantando, dançando e encenando esquetes teatrais ; e falar sério também. Lembrando temas da história do século 20 brasileiro, interpretaram canções representativas de determinadas épocas.
Professores comandaram atrações
Alunos e professores entoaram, por exemplo, ;Apesar de você;, canção de Chico Buarque gravada pelo cantor em 1970, quando vigorava a Ditadura Militar. ;É preciso compreender como a vida, na história da humanidade, foi transformada em arte. Um texto nunca está solto no tempo e no espaço;, diz a professora Luciana Carvalho, ressaltando a diversidade de gêneros textuais presentes no exame, de letras de canções a textos teatrais, passando por reportagens, peças publicitárias, tiras, e charges.
Josino Nery:

;É um ponto muito importante entender tipos de textos aos quais somos submetidos. Eles são, praticamente, infinitos;, pondera Josino Nery, o professor Jota, também presente na leitura. ;Mas alguns estão sempre no Enem. É preciso conhecer o gênero da crônica também, assim como poema e reportagens;, exemplifica.

Artes e linguagens

Poemas lidos no palco também contextualizaram períodos da história e mostraram como a arte pensa não só o seu tempo, mas também a si mesma. Uma aluna leu Canto de regresso à pátria (;Minha terra tem palmares/onde gorjeia o mar/Os passarinhos daqui/Não cantam como os de lá;), texto de Oswald de Andrade que faz clara alusão à Canção do Exílio, esta de Gonçalves Dias (;Minha terra tem palmeiras,/Onde canta o Sabiá;/As aves, que aqui gorjeiam,/ Não gorjeiam como lá;).
Maria Alice:
A língua é viva, ressalta Josino, e o exame exige esse entendimento dos inscritos. ;A noção de que a língua é um fenômeno vivo, portanto, mutável. Então, sofre variações que ocorrem no espaço, no tempo e socioculturalmente. É uma noção muito importante para o Enem: nunca julgar como correta qualquer manifestação de preconceito linguístico, os diversos falares são provenientes desse fenômeno da mudança;, explica.

;Sou uma pessoa que tem mais facilidade com exatas. Em humanas, nem tanto, porque são textos muito longos, é preciso ter muita energia;, confessa Luciana Maciel, 17, candidata a uma vaga em medicina. ;Estou muito ansiosa, com medo até. Esse é meu primeiro Enem.;

João Victor Ponte, 18, escolheu o curso de cinema como meta e acredita que a predileção pelas artes pode ajudá-lo não só na prova de linguagens, códigos e suas tecnologias, mas em outras áreas. ;Há grande presença de artes no exame. Além das questões que falam das manifestações artísticas em si, o Enem as usa como um link para outras matérias, como história e geografia.;


Ciências da natureza e exatas também preocupam


;A prova de natureza é, com certeza, o mais difícil, porque é a parte mais conteudista do Enem. O Enem exige pensar mais nessas matérias;, diz Maria Alice Montalvão, 17, sobre a prova de ciências da natureza e suas tecnologias, que traz questões de física, química e biologia.

Luciana teme os textos muito longos do Enem
;O conteúdo de exatas sempre me traz mais dificuldade e penso que é assim com muita gente. Muitos têm dificuldade em cálculos, especialmente com tanto pouco tempo disponível no dia da prova.;

;Biologia tem, de fato, vários agravantes;, reconhece Alessandro Reis, professor da disciplina no Sigma. ;Um deles é o volume de conteúdo. É uma ciência de nomenclaturas muito particulares e o estudante precisa estar a par delas. É inevitável. São três anos que serão condensados, nem tudo será cobrado.;

Gabriel Pedroza, 17, escolheu o curso de direito como alvo. ;Até agora, é minha escolha número 1. Sempre gostei muito de história, filosofia e geografia.; As outras disciplinas, explica ele, é que o preocupam mais. ;No Enem, minha maior dificuldade é em exatas. Biologia e química me preocupam bastante, pos é muito conteúdo. Estou pegando mais pesado nelas agora e menos no que acredito que sei um pouco mais.;


Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação