Jairo Macedo-Especial para o Correio
postado em 30/09/2019 17:22
Os convidados da live semanal do Especial Enem do Correio, nesta segunda-feira (30), trouxeram de volta aos holofotes a prova de matemática e suas tecnologias. Professores da disciplina no Centro Educacional Sigma, Paulo Luiz e Gabriel Carvalho resolveram o banco de questões do suplemento e bateram um papo descontraído com o apresentador Igor Damasceno. Em pauta, entre diversos assuntos algébricos, eles debateram também as melhores estratégias para atravessar a longa prova e a Teoria de Resposta ao Item (TRI), método pelo qual a nota é calculada.
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Para Gabriel, ainda há falta de conhecimento sobre a TRI entre os candidatos. Ele conta que é comum ouvir dos alunos: ;Professor, quantas questões tenho que acertar para passar em medicina?;. Ele explica aos alunos que o formato é outro. ;Não é como a prova da Universidade de Brasília (UnB);, exemplifica. ;Eu tento explicar que depende das questões que ele acerta. Na TRI, a pontuação acaba atribuída de acordo com o resultado dos participantes em geral, em cada questão e do ponto de vista nacional;, diz.
;Quanto menor o percentual de acerto, maior o nível. É a partir dessa dificuldade que é avaliada e calculada. Se você erra uma grande quantidade de itens fáceis ou médios, a TRI entende que aquela questão não está no seu nível. Sendo assim, não vai valer tanto quanto valerá para aquele aluno que acertou mais fáceis e médias;, acrescenta Paulo Luiz.
Acertar as fáceis
Na prática, é preciso acertar o máximo de questões possíveis, é claro, mas demonstrar coerência nos acertos levará o candidato além. Para quem quer cursos concorridos como medicina e engenharias, avalia Paulo Luiz, não dá para perder de vista esse entendimento. ;O aluno que quer esses cursos de alta demanda não tem o direito de errar as fáceis nem se dar ao luxo de errar as difíceis. Ele tem que garantir o fácil e o médio. A mais difícil precisa ser a última coisa mesmo.;
Gabriel Carvalho orienta: ;No dia da prova, a partir da primeira leitura, busque, na leitura, entender quais são as mais fáceis e as médias. Aquelas que parecem mais difíceis, mesmo que você tenha certeza que sabe vai responder, é melhor deixar para o final;.
;Mesmo se achar que pode responder a difícil, a energia e o tempo que o candidato gastou ali é precioso. O aluno se cansou e as próximas questões, que talvez fossem fáceis, começam a parecer médias;, observa Paulo Luiz.
Tempo x calculadora
Desse modo, a dica dos professores do Sigma é fazer sempre as fáceis primeiro e, só depois, partir para as mais complicadas. ;O que sempre surge para os alunos como dificuldade é não fazer uso de calculadora, em um tempo de prova muito corrido. Aqui em Brasília, em especial, temos um contraponto muito forte, que é o PAS. Nele, é permitido;, afirma Gabriel. Acostumado ao PAS, o secundarista acredita que pode usar, ;mas não pode, de jeito nenhum;, nas palavras dele.
;Não deve usar em nenhum momento da preparação. Se você faz com calculadora em casa, ganha tempo. Mas vai perder tempo na prova. Onde o tempo é mais valioso?;, questiona Paulo Luiz. ;Mesmo que gaste um pouco mais de tempo no início de sua preparação, vai ganhar tempo no melhor momento.;
O jeito, segundo os professores, é simular situações de prova no dia a dia para, quando chegar a prova, em 10 de novembro, ele saiba se virar bem nas 5h30 disponíveis. ;É bom pegar as provas de edições anteriores e fazê-las com o tempo cronometrado;, diz Gabriel Carvalho.
Conteudista
Tema de debate constante sobre o Enem, um novo formato conteudista do exame já é uma realidade, segundo Gabriel Carvalho. O ponto de virada foi o ano de 2015. ;Antes, era uma prova de viés muito interpretativo, de questões mais simples. De lá para cá, começou a ser mais conteudista e a prova de 2017 foi o ápice, com questões muito pesadas;, situa ele. ;O aluno se deparou com uma prova que tem, em cada questão, um conteúdo matemático;, diz.
A partir daí, o candidato ;sentiu na pele a exigência do conhecimento de base;, segundo Paulo Luiz. Para ele, todas as informações contidas na questão deve ser avaliada e o risco de uma ;pegadinha é recorrente. A conversão de unidade, por exemplo, pega o aluno desatento no contrapé. ;Ele vai fazendo e, no meio do processo, havia uma conversão que ele não percebeu. O aluno perde a questão por isso.;