Enem

Técnicas de memorização ajudam a evitar o branco na hora da prova

Macetes e treino para o cérebro são opções para fixar os conteúdos. Confira as dicas

Daniela Santos*
postado em 31/10/2019 15:15
Você estudou o ano inteiro, fez simulados, anotações, leu dezenas de livros e, ao chegar a hora da prova, esqueceu tudo. O temido ;branco; pode surgir a qualquer momento, principalmente se o candidato é muito ansioso. O tempo inteiro, o cérebro recebe milhares de informações, e, esse excesso pode afetar a concentração e a capacidade da pessoa guardar informações. Por isso, é importante treiná-lo para que sejam armazenadas somente informações relevantes, sobretudo quando for fazer a prova.
Focada em garantir uma vaga no curso de medicina, a jovem Maria Carolina de Almeida, 18 anos, vai fazer o Enem pela quarta vez e conta que, sua maior dificuldade é memorizar os conteúdos. Por conta disso, faltando três dias para o exame, ela segue estudando. ;Preciso estudar constantemente, senão, acabo esquecendo o conteúdo rápido;, justifica. Ela também teve problemas com o tempo, principalmente no segundo dia de prova, no caderno de ciências da natureza. ;A prova de exatas, geralmente, é um problema. Tenho tentado trabalhar essa deficiência refazendo provas cronometrando o tempo e procurando maneiras mais rápidas de descobrir a resolução da questão;, disse.
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O especialista em ginástica cerebral, Antonio Carlos Gomes afirma que existem atividades que estimulam o foco, a concentração e, principalmente, a memória que podem ajudar nos estudos. Ele é diretor da unidade da Asa Sul do curso Supera, voltado para o aperfeiçoamento de habilidades cerebrais que melhoram o desempenho na escola, exames e outras esferas. O especialista compara essas atividades com exercícios físicos. ;Quanto mais estimulamos nosso corpo, mais forte e saudável ele fica. Com o cérebro é a mesma coisa. Quanto mais estímulo recebe, mais ágil se torna;, revela.
Atividades simples como mudar o relógio de pulso, pentear o cabelo e escovar os dentes com a mão não dominante, tomar banho no escuro, são coisas cotidianas que vão tirar o cérebro da zona de conforto e treinar as inteligências cognitivas, que são as habilidades de pensamento, raciocínio, memória e até criatividade.
Mas também existem técnicas mais voltadas para o estudo que são fundamentais para o bom desempenho do candidato. Nesta reta final, Antonio Carlos recomenda focar em criar mecanismos para memorização de conteúdos chave. ;Fazer conexões mentais a partir de rimas, criar imagens, associando o conteúdo a uma situação esquisita que lhe faça rir, relacionar um som ao que você está estudando. Tudo isso ajuda;, indica.
Um exemplo disso são as músicas, muito comuns em cursinhos preparatórios. A Maria Carolina concorda que essas ferramentas tornam mais fácil a memorização do conteúdo. ;Ajuda muito, principalmente em exatas, que demanda algumas equações. É legal pensar nas músicas ou outras associações, que a gente faz com as fórmulas;, argumenta.
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Antonio Carlos disse também que é importante, na reta final para prova, atentar-se a dar um descanso ao cérebro. ;Descansar, se alimentar bem, se hidratar bastante e fazer a revisão em uma rotina de estudos organizada.; O especialista recomenda fazer intervalos entre as leituras e construir mapas mentais, que funcionam como técnicas de memorização como também de organização de estudo.

Macetes para usar na prova

Tentativa e erro: Esse macete serve para quando o estudante está cansado e não consegue elaborar as equações que resolveria a questão do ;jeito certo;. É um macete demorado, então deve ser a última opção para não perder tempo de prova. O método consiste em experimentar as alternativas até que uma se encaixe com o que o enunciado propõe. Digamos que a questão seja ;João vendeu alguns picolés em um dia e o dobro no dia seguinte, totalizando 30 picolés. Quantos picolés foram vendidos no primeiro dia?;. Em vez de o estudante montar a equação ;X %2b 2X = 30; (nesse exemplo foi fácil, mas no Enem as questões são bem complexas), ele poderia experimentar as alternativas da própria questão: substituindo ;alguns; por uma opção errada (digamos que uma das alternativas era ;15;), ele encontraria que João vendeu 15 picolés no primeiro dia e 30 (o dobro) no segundo, totalizando 15 30=45. Como 45 não é o 30 do enunciado, a resposta da questão não é 15. Agora, experimentando a resposta certa (;10;), o estudante encontra exatamente que João vendeu 10 no primeiro dia e 20 (o dobro) no segundo, totalizando 10 20=30. Como é isso que o enunciado falou, o valor de X é realmente 10.
(Dicas do youtuber de educação e autor do livro Pode vir, Enem: O guia definitivo para arrasar no Enem, Umberto Mannarino).
Equação do Sorvete: A fórmula usada para localizar, a qualquer momento, um objeto em movimento e em velocidade constante, desde que seja informado a posição inicial e a velocidade. A fórmula consiste em: S = S0 VT. Para decorar, a associação é bem simples. Note que a leitura da equação é bastante parecida com a da palavra ;sorvete;. Com isso em mente, é só treinar a resolução dos exercícios, que na hora da prova não tem erro.
(Macete usado pela estudante Maria Carolina de Almeida, 18 anos).
Música das preposições: A letra traz todas as preposições em um ritmo chiclete. Confira o vídeo.
(Dica de macete da estudante do terceiro ano, Julia Santos, 17 anos).


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