Luiz Oliveira*
postado em 31/10/2019 19:47
Um dos momentos mais esperado por estudantes de todo o país em 2019 está prestes a chegar: o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está logo aí. O próximo domingo (3) é o primeiro dia de provas. A segunda bateria de testes será no dia 10. No primeiro dia do exame, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. A aplicação começa às 13h30. No entanto, é aconselhável chegar com antecedência ao local da prova para evitar fazer parte do ;show dos atrasados;. Os portões de acesso serão fechados às 13h e, após o fechamento, ninguém entra. No segundo dia, as questões serão de ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias, com 30 minutos de duração a menos em relação à primeira prova.
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Porta de entrada
A nota do exame proporciona que o candidato tenha diversas opções para entrar no ensino superior. O mais disputado é o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), programa do Ministério da Educação no qual são ofertadas vagas para universidades públicas em todo país. Além dele, há o Programa Universidade para Todos (Prouni), destinado a conceder bolsas de estudos integrais e parciais em instituições particulares. Há ainda o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), espécie de empréstimo para mensalidades em faculdades particulares, de modo que o beneficiário só tenha que pagar depois de formado.
Em julho deste ano, a Universidade de Brasília (UnB) deixou de adotar o Sisu como forma de ingresso, mas isso não quer dizer que o Enem tenha deixado de ser porta de entrada: a nota no exame ainda será aceita, por meio do sistema Acesso Enem UnB. A principal diferença está na exclusão da possibilidade de mudança de opção de curso após a inscrição, algo que é possível no Sisu. As informações complementares sobre o processo serão divulgadas em breve, por meio de edital. Este ano, são cerca de 5.095.308 inscritos no Enem, divididos em mais de 10 mil locais de prova, em 1.727 municípios, espalhados pelas 27 unidades da Federação.
Organizar um exame tão importante quanto este não é fácil, exigindo a força e dedicação de cerca de 400 mil pessoas, envolvidas na preparação do teste, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela realização da prova. O Centro-Oeste é a região que recebeu menos inscrições: 424.291 candidatos, representando 8,3% do total. As regiões Sudeste e Nordeste são campeãs de procura, com 1.792.654 inscritos (35,2%) e 1.740.995 (34,2%), respectivamente.
No Distrito Federal, 95.862 participantes farão a prova. Esse número equivale a 1,9% do total de inscritos. Foram impressas aproximadamente 10 milhões de provas, e, para que cheguem até as mãos dos candidatos, elas percorrem um longo caminho. O Enem mobiliza e articula mais de 100 grandes parceiros em todo o Brasil para garantir que os participantes prestem o exame, em 147 mil salas de aula de norte a sul do país. A aplicação envolve 385 mil colaboradores, apenas nos dias de provas. Atuam em cada sala um chefe e um fiscal, sem contar fiscais de corredor, coordenadores e assistentes de coordenação de prova.
Perfil dos participantes
Em relação ao perfil dos candidatos, a presença feminina continua aumentando em comparação com o ano passado. Desta vez, a participação das mulheres cresceu 0,4%. Hoje são 3.031.798 inscritas, representando 59,5% do total, contra 59,1% no ano anterior. Os homens são 40,5%, totalizando 2.063.510 candidatos. (Veja numerária)
Enem para todos
A política de acessibilidade e inclusão do Inep busca garantir que todos possam fazer o exame por meio de diversos recursos disponíveis. Alguns exemplos são: auxílio para leitura, guia-intérprete, leitura labial, prova em braille, tradutor intérprete de libras, sala de fácil acesso, mesa e cadeira sem braços e apoio para pernas. No ato da inscrição, participantes com deficiência visual, física, auditiva ou intelectual puderam solicitar esses recursos e atendimento especializado. Há também a possibilidade de fazer uso do atendimento específico, que é direcionado para estudantes em situação de classe hospitalar, gestantes, idosos e pessoas que estão amamentando.
O exame em números
No país
5.095.308 candidatos inscritos
59% são mulheres (3.031.798)
40,5% são homens (2.063.510)
No Distrito Federal
95.862 candidatos inscritos
59% são mulheres (56.596)
41% são homens (39.266)
No país
Cor/raça
36,0% são brancos (1.831.795)
46,4% são pardos (2.364.084)
12,7% são pretos (640.319)
2,3% são amarelos (116.159)
2,0% não declararam (103.197)
0,6% são indígenas (31.754)
No Distrito Federal
47% são pardos (45.734)
31,9% são brancos (30.599)
14,7% são pardos (13.818)
14,45 são pretos (13.818)
2,8 são amarelos (2.670)
2,7% não declaram (2.583)
0,5% são indígenas (458)
No país
Faixa etária
26,7% de 21 a 30 anos (1.360.396)
17,8% igual a 17 anos (905.337)
15,9% igual a 18 anos (811.589)
11,4% de 31 a 59 anos (578.408)
10,8% igual a 19 anos (548.816)
7,6% igual a 20 anos (387.397)
7,5% igual a 16 anos (381.837)
2,2 menor que 16 anos (111.682)
0,2% maior ou igual a 60 anos (9.846)
No Distrito Federal
28,2% de 21 a 30 anos (27.031)
16,3% igual a 17 anos (15.593)
15,4% igual a 18 anos (14.721)
14,4% de 31 a 59 anos (13.798)
11% igual a 19 anos (10.535)
7,9% igual a 20 anos ( 7.535)
5% igual a 16 anos (4.797)
1,6% menor que 16 anos (1.581)
0,3% maior ou igual a 60 anos (261)
Na reta final
Confira como estão se sentindo e se preparando estudantes a poucos dias do exame
Estudo intensificado
Bruna Ayeres, 17 anos, aluna do 3; ano do Centro Educacional Sigma pretende cursar a graduação em uma instituição particular, diferentemente da maioria dos colegas. ;Estou estudando muito, pois quero conseguir uma bolsa para o curso de biomedicina no UniCeub (Centro Universitário de Brasília);, diz.
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Ansiedade na reta final
Faltando três dias para o primeiro dia de avaliação, o nervosismo e a ansiedade assombram boa parte dos estudantes. Aluna do Sigma, Gabriela Scorpione, 17 anos, está no 3; ano e tem vivido esses enfrentado esse desgaste mental. ;A ansiedade é inevitável para todo mundo, pois falta pouquíssimo tempo, mas acho que o importante é não deixar ela me tomar muito porque, se não, você acaba desviando o foco das coisas que são mais importantes. Estou tentando me manter calma;, ressalta.
Emoções sob controle
Eduardo Seolin, 17 anos, diz não estar muito nervoso para a prova. ;Eu não sou uma pessoa muito ansiosa, acho que é em função de eu ter participado de campeonatos de esportes. Por isso, aprendi a controlar meus sentimentos quando estou sob pressão. Meus pais também colaboram, porque não cobram muito de mim;, revela.
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Lanche planejado
Muitos candidatos têm dúvidas do que levar, principalmente quando se trata de comida. A dica de muitos especialistas é priorizar frutas, castanhas e até mesmo fontes importantes de carboidratos, como pães integrais, por exemplo. Nina Viana, aluna do Sigma, 17, já fez o exame outras vezes como treineira, o que a preparou para a maratona. Por isso, ela já sabe que pretende levar algo que gosta de comer. ;Sempre levo, pois gosto de ficar beliscando alguma coisa, normalmente é chocolate, balinha, fruta e um sanduichinho. São lanches mais práticos e não fazem muito barulho;, explica.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa