postado em 29/06/2012 16:27
O cardápio da Escola Classe Varjão será normalizado na próxima semana. Após professores denunciarem a falta de comida, a Secretaria de Educação firmou ontem contrato com os fornecedores para a compra de alimentos perecíveis. Até lá, o colégio receberá alguns produtos de unidades de ensino do Plano Piloto para garantir o lanche dos estudantes. Funcionários revelaram ao Correio que, nos últimos dias, os alunos se alimentaram apenas de arroz e macarrão, os únicos itens do depósito da cantina. O pouco estoque de carne foi cedido por outras instituições.
O processo de licitação para a compra de alimento teve início no ano passado. De acordo com o subsecretário de Infraestrutura Educacional da Secretaria de Educação, Márcio Eduardo de Moura Aquino, o atraso ocorreu devido a impasses com os fornecedores. %u201CEstamos substituindo alguns alimentos porque davam aquela sensação de saciedade, mas eram muito calóricos e tinham baixo teor nutricional. Por conta dessa troca, tivemos problemas com os fornecedores e o processo atrasou%u201D, explicou.
Com o novo contrato, a compra de carne e sardinha em lata será substituída por carne e filés de tilápia frescos, por exemplo. %u201CIsso vai garantir melhor qualidade à merenda oferecida aos estudantes%u201D, garantiu Aquino. O subsecretário de Infraestrutura Educacional indicou que, enquanto as compras não forem feitas por meio do novo contrato, a Escola Classe Varjão receberá itens de outras unidades. %u201CUm grupo já esteve nas ruas para fazer o remanejamento. Vamos redistribuir alguns alimentos das escolas do Plano Piloto%u201D, indicou.
Doação
Enquanto os novos produtos não chegam, os funcionários da Escola Classe Varjão se viram como podem. Segundo uma educadora que preferiu não se identificar, os estudantes comeram arroz doce mais uma vez no lanche de ontem. %u201CO pai de um aluno é comerciante e disse que vai doar pães e salsichas%u201D, contou. A diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), Rosilene Corrêa, explicou que a entidade entrou em contato com as regionais de ensino para verificar se essa situação se repete em outras escolas e, segundo as respostas, o problema é a falta de variedade no cardápio.
O diretor de uma escola no Guará reclamou da falta de carne ou frango. %u201CNós temos cereais, biscoitos, leite, arroz e feijão, mas está faltando uma proteína. Frutas, verduras e legumes também estão chegando normalmente%u201D, disse. Em um colégio da Estrutural, a situação se repete. %u201COs alunos sentem falta da carne, é esse tipo de alimento que não está vindo. O restante nós temos, como produtos enlatados, arroz e macarrão. Na semana passada, servimos charque aos alunos. Essa situação não é rotineira%u201D, contou a diretora da unidade de ensino.
"Estamos substituindo alguns alimentos porque davam aquela sensação de saciedade,mas eram muito calóricos e tinham baixo teor nutricional. Por conta dessa troca, tivemos problemas com os fornecedores e o processo atrasou"
Márcio Eduardo de Moura Aquino,
subsecretário de Infraestrutura Educacional da Secretaria de Educação