Apesar da repressão do Batalhão Escolar ter aumentado, muitos traficantes e estudantes ignoram a polícia e usam drogas em pleno horário de aula. Ontem, o Correio flagrou dois grupos de alunos fumando maconha nos arredores de um grande centro de ensino de Taguatinga. No primeiro caso, cinco adolescentes acendiam cigarros em frente ao portão principal da instituição. Três deles vestiam uniformes. Nem a intensa movimentação de carros e pedestres era suficiente para intimidá-los.
Sentados em uma calçada, os adolescentes tiveram tempo para passar de mão em mão três cigarros da substância ilícita. Vizinhos e funcionários do centro educacional garantem que a cena é comum. ;Eles sabem que, se a polícia passar, não vão presos por terem menos de 18 anos. Mas a situação é bem mais grave. Estamos perdendo muitos jovens para traficantes;, disse um professor.
A alguns metros dali, mais seis jovens se aproveitavam das copas das árvores que cercam uma quadra poliesportiva para compartilhar cigarros de maconha. Dois deles esconderam a camiseta da escola na mochila, talvez na tentativa de não serem identificados, mas os outros quatros não se importavam em fazer o uso do entorpecente expondo o nome do colégio.
A situação não melhora nem mesmo nas dependências da escola. De acordo com o diretor da unidade, professores já flagraram alunos repassando maconha e cocaína dentro da sala e no meio da aula. ;Hoje, com muita conversa com os pais e estudantes, estamos conseguindo controlar mais a entrada de drogas na escola, mas já chegamos ao cúmulo do absurdo de o professor ser obrigado a interromper a aula porque meninos não paravam de passar cigarros de maconha uns para os outros;, contou.