postado em 06/09/2012 12:20
Escolas particulares do Distrito Federal devem receber a partir do fim deste mês cartilhas com orientações sobre como promover a alimentação saudável nas cantinas. Desde esta quarta-feira (5/8), o Ministério da Saúde distribui em Porto Alegre (RS) o manual que incentiva escolas a oferecerem lanches menos calóricos e com maior valor nutritivo aos estudantes. A medida começou a ser implantada na capital gaúcha, que tem o maior número de adultos acima do peso (55,4%), de acordo com dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas não Transmissíveis por Inquérito Telefônico (Vigitel). O Ministério espera começar a distribuição do material em outros estados no fim de setembro com o apoio dos sindicatos locais.
Segundo Fátima de Mello Franco, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), a entidade vai aderir a campanha. "Queremos que os brasilienses sejam mais saudáveis. No Distrito Federal, já existe uma lei que regulamenta o oferecimento de alimentos nas cantinas escolares. A campanha servirá para reforçar essas orientações já praticadas nas instituições", afirma.
Em 59 páginas, o Manual das cantinas escolares saúdáveis incentiva a substituição de alimentos fritos por assados e industrializados por opções mais naturais e livres de conservantes. O texto ainda aborda como conscientizar as crianças e adolescentes a consumirem alimentos mais saudáveis.
De acordo com a publicação, se seguidas todas as orientações, em seis meses é possível adequar a cantina para promover uma boa alimentação.
Parte de acordo assinado entre o Ministério da Saúde e a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP), que tem aproximadamente 18 mil escolas associadas, a iniciativa espera reduzir os índices de obesidade gradualmente no país. Segundo Pesquisa de Orçamento Familiar de 2009 (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 34,8% das crianças com idade entre 5 e 9 anos estão acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Já a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE/2009) mostrou que apenas um terço dos alunos matriculados no ensino fundamental da rede privada consome frutas e hortaliças em cinco dias ou mais na semana. Já refrigerantes e frituras fazem parte da rotina alimentar de 40% dos estudantes.