postado em 27/09/2012 09:58
Os estudantes que participam do Parlamento Jovem começaram nesta quarta-feira (26) a analisar os projetos apresentados pelos próprios colegas. Divididos em quatro comissões, cada deputado jovem serve de relator para o projeto de outro. Entre as propostas em análise, cinco serão escolhidas para ir a voto em uma sessão simulada do Plenário na sexta-feira (28).
"Eu vim com a ideia de que político não trabalha, o que é a visão de todo mundo", disse Ana Beatriz Rieke, 18 anos, estudante de Londrina (PR), que relatou um projeto sobre a troca de lâmpadas comuns por econômicas.
Após ver o que tinha de ser feito, ela mudou radicalmente sua opinião sobre o trabalho na Câmara. "Quando cheguei aqui, me deparei com um projeto que você tem de entender do assunto e dar um parecer, uma visão sobre o que está escrito ali. Não é um trabalho fácil o dos deputados. Depende de você para saber como vão sair as leis."
O projeto que Ana relatou tinha problemas porque criava despesas que não poderiam ser obrigatórias para órgãos públicos de estados e municípios. Deputados não podem interferir nas administrações estaduais e municipais, e esses limites são a primeira lição para os jovens relatores.
"A ideia é que eles tenham uma experiência o mais perto possível da realidade. Eles aprendem a identificar quais as despesas que um projeto gera, e precisam investigar e calcular no Orçamento para escolher uma despesa para reduzir", explicou o consultor da Câmara Vander Gontijo, que participa do Parlamento Jovem há quatro anos e ajudou os relatores nas dúvidas sobre a parte financeira.
Projeto sobre educação
Algumas propostas foram mais diretas, como a relatada por Tatiane Santos Medeiros, 17 anos, de Nova Palmeira (PB). O projeto inclui a educação de trânsito no ensino médio. "Se tem filosofia, matemática, por que não tem aulas práticas de trânsito? Com isso, você não esquece e, quando for tirar a carteira, não foi apenas um mês de aulas", disse.
Mikaelison da Silva Lima, 18 anos, de Senhor do Bomfim (BA), teve de alterar a proposta que relatou, mas afirmou que o mais difícil será defender a proposta diante dos colegas para que ela seja uma das escolhidas. A proposta cria centros de triagem para o primeiro emprego em escolas públicas.
"O projeto depende de mim para ser aprovado ou não na comissão, me senti honrado. E ainda bem que a galera ajuda a gente, porque é uma ideia que vale a pena para descobrir afinidades, ainda mais na nossa geração, que está ativa muito cedo em relação ao emprego."
O trabalho das comissões termina nesta quinta-feira (27), quando duas propostas de cada colegiado serão escolhidas. Uma delas vai diretamente para o Plenário e as que ficarem em segundo lugar vão para uma reunião com os líderes escolhidos pelas comissões.
Esses líderes vão debater e escolher uma das propostas para completar as cinco que serão analisadas por todos em Plenário, no último dia do Parlamento Jovem.