Professora da rede estadual de Minas Gerais há 31 anos, Maria Botelho Alves Pena é responsável pela organização da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) na Escola Estadual Messias Pedreiro, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, desde que a competição foi criada, em 2005. Premiada em todas as fases da sétima olimpíada, realizada em 2011, em função dos resultados obtidos por seus alunos, ela leciona matemática a turmas do segundo e do terceiro anos do ensino médio. ;Tem sido gratificante perceber que os alunos que se envolveram com a resolução de problemas e com a olimpíada não se limitaram a realizar apenas as atividades propostas em sala de aula;, salienta Maria. Os estudantes formaram grupos de estudos, buscaram conhecimento em diferentes sites na internet e inseriram os problemas em conversas nas redes sociais. Também influenciaram irmãos, colegas e até outros jovens do município. ;Era e é comum ver estudantes resolvendo problemas e jogando xadrez, mas também praticando esportes e se divertindo;, destaca. Maria explica que a olimpíada e a resolução de problemas não apenas envolvem alunos mais talentosos ou apreciadores de matemática. Ajudam também a estimular e a embasar aqueles que apresentam baixo rendimento. Segundo a professora, até estudantes com histórico de reprovação acabaram premiados na Obmep, com medalhas ou menção honrosa. Até agora, alunos da Escola Messias Pedreiro conquistaram duas medalhas de ouro, seis de prata, 27 de bronze e 227 menções honrosas. A professora salienta que as atividades têm contribuído para promover a autoconfiança e a autoestima e democratizar o conhecimento. Além disso, proporcionam melhoria no relacionamento e maior interação entre os alunos e entre eles e os professores. ;A Obmep deixou de ter forte espírito de competição e tem contribuído para a socialização dos alunos e do conhecimento;, avalia. ;Estudantes tímidos, ansiosos, que não sabiam lidar com o fracasso, têm desenvolvido atitude positiva para enfrentar problemas e situações novas com mais tranquilidade e perseverança.; De acordo com a professora, é comum encontrar alunos que passaram a pensar de forma diferente. ;Eles agora não só se surpreendem, como surpreendem os professores com soluções inéditas para os problemas propostos ou pesquisados.; Opções ; Apesar de a maioria dos estudantes admitir que não gosta ou tem muita dificuldade em matemática, é grande a quantidade dos que acabam ingressando em cursos das diversas áreas da engenharia, de ciência da computação e até de matemática. ;Temos ex-alunos que pretendiam optar por direito, medicina e publicidade, mas decidiram, após ganhar medalha na Obmep, pela engenharia civil e elétrica;, ressalta. A maior parte dos ex-alunos premiados costuma compartilhar experiências e conhecimentos. Assim, em 2011, foi realizado um ;arrastão;, destinado a preparar os atuais estudantes para a segunda fase da olimpíada. Eles tiveram o apoio de três medalhistas das edições de 2009 e 2010 e de um premiado com menção honrosa em 2009. Esses ex-alunos, que cursam engenharia mecânica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), ministraram palestras, minicursos e aulas para resolução de problemas. Os alunos atuais são incentivados a navegar na internet para resolver problemas do banco de questões e das provas anteriores da Obmep, de vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre outras opções. Eles participam de trabalhos individuais e em grupo para a resolução de problemas. ;Novas tecnologias e metodologias, uso de internet e redes sociais são aliados nessa difícil missão de educar, mas nada substitui a interação entre os alunos e entre alunos e professores;, ressalta Maria. Confira a página da na internet Saiba mais no