A Defesa Civil impediu de funcionar ontem a escola canadense Maple Bear e parte da Gráfica Gravo, localizadas na Quadra 8 do Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Os espaços foram atingidos por um incêndio na última quinta-feira. Cerca de 200 alunos participavam de uma comemoração do Dia das Crianças e precisaram evacuar o prédio às pressas (leia Memória). Os técnicos fizeram uma vistoria em toda a estrutura e, por precaução, solicitaram ao colégio um laudo para garantir a segurança nos locais. Hoje à tarde, haverá uma reunião entre o órgão e os engenheiros contratados pela instituição de ensino.
Segundo o subsecretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra, o fogo não causou alteração aparente na estrutura dos pontos queimados. ;É preciso fazer uma análise mais profunda, com descascamento da alvenaria, identificação de rachaduras nos pilares e nas vigas. Como tem muito entulho, não dá para ver. Parte do que foi afetado no incêndio é de metal. Quanto mais rápido eles desmontarem essas partes, mais rápido a escola voltará a funcionar;, explicou Bezerra.
Além do laudo estrutural, a Defesa Civil quer uma avaliação das condições da rede elétrica do espaço. ;Precisamos saber se nenhuma fiação ficou comprometida para não colocar em risco nenhuma criança, professor ou funcionário. Se o laudo for aprovado por nós e não tiver nenhuma incoerência, faremos um termo de desinterdição;, explicou o subsecretário de Defesa Civil. Apesar da interdição, a expectativa da direção da Maple Bear é de que as aulas recomecem provavelmente na quinta-feira.
Três técnicos da Defesa Civil também analisaram a estrutura da Gráfica Gravo e apenas o depósito de papéis ficou isolado. Tanto a área de produtos químicos quanto o maquinário não queimaram e, portanto, a empresa foi autorizada a funcionar. ;Uma parede impediu a passagem do fogo, e eles já estão trabalhando normalmente. A interdição na gráfica é apenas parcial;, informou Bezerra.
O caso é investigado pela 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro). Segundo o delegado-chefe da unidade, Haendel Silva Fonseca, as investigações serão conduzidas a partir da conclusão do laudo do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil do DF, responsável pela realização de perícia nos locais. A suspeita é de que o incêndio tenha começado pouco antes da festa de Dia das Crianças, após uma vazamento de gás de um carrinho de pipoca de uma empresa terceirizada contratada pelo colégio.
Laudo
Durante o incêndio, uma moça de 15 anos, que se encontrava perto do botijão, acabou ferida nos braços. Em depoimento, ela disse não saber como tudo ocorreu e informou que tinha sido convidada por um amigo para manusear o equipamento. Além da jovem, a polícia ouviu o diretor da Maple Bear, André Sobreira, e funcionários da escola e da companhia terceirizada. ;Vamos aguardar a produção do laudo, que deve ficar pronto em 15 dias. Ele vai definir as demais diligências e eventuais responsabilidades do acidente;, explicou o delegado Haendel.
A assessoria de imprensa da Maple Bear enviará um comunicado a todos os pais informando sobre a data de reabertura do colégio. Nem todos os responsáveis buscaram as mochilas dos filhos, que saíram desesperados e deixaram para trás inclusive os calçados. O incêndio durou sete horas. Todo o trabalho, incluindo o de rescaldo (que consiste em apagar eventuais brasas), durou 24 horas.
Memória
Desespero e correria
Na última quinta-feira, cerca de 200 crianças da escola Maple Bear, na Quadra 8 do Setor de Indústrias Gráficas, aguardavam o início da festa em comemoração do Dia das Crianças quando um incêndio começou, por volta das 10h, no pátio do colégio. A suspeita é de que o vazamento de gás de um carrinho de pipoca tenha provocado o fogo, que se espalhou rapidamente e atingiu um depósito de papel e tinta da Gráfica Gravo Papers, localizada logo ao lado.
Uma jovem de 15 anos, responsável pela pipoqueira, teve queimaduras nos braços. Em depoimento na 3; DP (Cruzeiro), ela disse ter sido convidada por um colega para manusear o equipamento. A polícia ouvirá mais testemunhas para identificar eventuais irregularidades. Durante o incêndio, uma nuvem de fumaça preta encobriu o céu no Setor de Indústrias Gráficas e podia ser vista a quilômetros de distância.
Pais de alunos de 2 a 10 anos foram avisados do fogo e ficaram desesperados. As crianças perderam sapatos e mochilas ao serem levadas por professores e funcionários de empresas próximas a um jardim de uma gráfica mais distante do local, onde aguardaram a chegada dos pais. Cerca de 40 homens e 12 carros de combate a incêndio atuaram na ocorrência.