Antonio Temóteo
postado em 12/11/2012 11:49
Nos últimos anos, ser concurseiro transformou-se em uma febre no país. Independentemente da classe social, jovens e adultos mergulharam no sonho de ser servidor público, com salários muito acima da média de mercado e, melhor, com emprego garantido por toda a vida. Esse desejo de conforto e segurança empurrou uma leva de brasileiros que poderiam estar comandando obras de infraestrutura ou ajudando a ampliar a produtividade da indústria a se engajarem na burocracia das máquinas federal, estadual e municipal. Aliado às deficiências do ensino superior, que forma poucos profissionais diante das necessidades do país, o direcionamento precoce para o serviço público agrava a falta de engenheiros, torneiros mecânicos, soldadores, operadores de máquinas, vitais para o crescimento do país.Leia mais notícias de Economia
O caminho para o funcionalismo público está se consolidando cada vez mais cedo. Há casos de crianças de seis ou sete anos de idade, estimuladas pelos próprios pais, sob o argumento de que o futuro só está garantido por meio da aprovação em um concurso. Não à toa, escolas da rede particular do Distrito Federal passarão a oferecer, no ano que vem, já no primeiro ano do ensino fundamental, disciplinas com o objetivo claro de preparar a meninada para a burocracia. Os estudantes terão pelo menos uma aula por semana, na qual conteúdos relacionados à política, à legislação e à cidadania serão abordados.