postado em 30/01/2013 08:00
Parte dos estudantes de escolas particulares de Brasília retomaram ontem a rotina de estudos. Com o fim das férias de crianças e adolescentes, os pais circulam mais pela cidade de carro, aumentando pontos de retenção no trânsito, principalmente perto das maiores unidades de ensino, no horário de entrada dos estudantes, entre as 6h30 e as 7h30. Em regiões que concentram várias escolas, como nas quadras finais das 700 Sul, a situação é pior. Na estimativa do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), mais de 350 instituições de ensino privadas iniciaram ontem o ano letivo. Ou seja, 160 mil alunos voltaram às aulas.Especialista em trânsito, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques acredita que, nas semanas iniciais, a situação nas vias de acesso às instituições seja mais complicada do que no restante do ano. ;A tendência é de que os pais conheçam os colegas de classe dos filhos e, a partir daí, descubram vizinhos que estudem no mesmo local e combinem caronas, por exemplo. No começo, no entanto, eles fazem questão de levar as crianças para conhecer a escola e para que eles se habituem também;, avalia o professor. Para ele, o transtorno deve aumentar na mesma proporção em que a frota de carros da cidade crescer.
Mais enfático, o professor da UnB Dickran Berberian critica o uso errado dos espaços urbanos. ;As 700 eram quadras residenciais. Não foram pensadas para abrigar tantas escolas, mas foram desvirtuadas para tal;, afirma. Nesse caso, não haveria muito a se fazer. ;Brasília deixou de crescer e agora está inchando. As ruas estão saturadas e só temos uma saída: pensar e construir outra cidade;, avalia. Para ele, opções como revezamento são soluções paliativas.
Uma dica é ir mais cedo para a escola. Mas, para muitos, acordar no horário certo, depois de dias com o despertador tocando mais tarde, é difícil. É o caso da professora Luzia Almeida, 47 anos. ;Já perdi o horário hoje (ontem). Todo mundo pulou da cama às 7h. Dei sorte porque peguei todos os sinais abertos;, contou. A família mora no Cruzeiro Velho e a filha dela, Sarah Melânia de Almeida, 9 anos, estuda no fim Asa Sul. A menina começou o 4; ano do ensino fundamental e conseguiu chegar a tempo para a primeira aula.
Segurança
Quem vai de ônibus contou com as patrulhas do Batalhão de Policiamento Escolar da Polícia Militar. O grupamento colocou 350 homens nas ruas do DF a partir das 6h. Comandante em exercício do batalhão, o major Valtênio Antônio de Oliveira afirmou que o foco da operação era nos arredores das escolas. ;Verificamos o trânsito e patrulhamos as áreas verdes por onde os estudantes que usam o transporte público passam. Em algumas escolas, eles usam equipamentos eletrônicos como tablets e, na volta às aulas, acabam visados;, avaliou.
De acordo com ele, nesse momento, crianças e adolescentes estão com mochilas, tênis e todo o material novo, o que pode chamar a atenção de assaltantes. O major ressalta ainda a importância de dar sinal antes de atravessar nas faixas de pedestre. Os policias também distribuíram folhetos com dicas de segurança para pais e estudantes.
Início flexível
Segundo o Sinepe, o DF tem 450 instituições particulares de ensino, que vão da creche ao ensino médio e atendem 200 mil estudantes. A maioria das escolas optaram para voltar ontem, mas algumas retornam às atividades na quinta-feira e o restante, em 4 de fevereiro. A rede pública marcou a volta para 14 do próximo mês.
GDF lança Cartão Material Escolar
O GDF, por meio das secretarias de Educação (SES/DF) e da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária (Sempes/DF), lançará o Cartão Material Escolar (CME), que beneficiará estudantes de escolas públicas, filhos de pessoas atendidas pelo Bolsa Família. Ontem, em publicação no Diário Oficial do DF, o governo anunciou o período de inscrição para proprietários de papelarias e estabelecimentos afins fazerem parte da rede credenciada do CME. Para participar, é preciso preencher uma ficha de inscrição que pode ser encontrada nos sites www.se.df.gov.br e www.sempes.df.gov.br. Os empreendedores têm até 6 de fevereiro para entregar as inscrições. A relação das empresas selecionadas para o programa será divulgada no dia seguinte. O recurso beneficiará 127 mil estudantes. O cartão, fornecido pelo BRB, será usado exclusivamente para a compra de material escolar. Para os estudantes do 1; ao 5; ano, o valor será de R$ 323. No caso dos alunos do 6; ao 9; ano, $ 228, e, para os de ensino médio, R$ 202.