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Para Senador, educação federalizada combate desigualdades

postado em 12/04/2013 19:48

A proposta de federalização da educação básica no Brasil voltou a ser defendida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em debate no Interlegis nesta sexta-feira (12). O parlamentar salientou que "a educação desigual é a mãe de todas as desigualdades", o que, em sua avaliação, demanda a substituição do atual sistema educacional por uma rede de ensino federal com bons equipamentos e bons salários.

Cristovam classificou como vergonhosa e imoral a educação no Brasil, alertando que a situação prejudica a competitividade do país e resulta em "importação de conhecimento". Ele ressaltou que, diferentemente do que ocorre no futebol, as oportunidades na educação não são iguais para todos os brasileiros:

- O Brasil tem os melhores craques de futebol do mundo e não tem um Prêmio Nobel - lamentou.

O senador citou melhorias na educação brasileira nas últimas décadas, como o aumento do número de estudantes, a disseminação da merenda escolar e a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), mas considera os avanços lentos demais para as mudanças que o país precisa. Ele acredita que em 20 ou 30 anos será possível trocar o sistema escolar atual por um no qual o professor fará parte de uma carreira da União capaz de "pagar bem e exigir muito".

Cristovam também chamou a atenção para a precariedade das escolas, opinando que a descentralização, através da transferência de recursos da União aos estados e municípios, "tem mantido pobres os pobres e ricos os ricos":

- Não dá para ensinar num prédio feio, desconfortável e sem equipamento - afirmou o senador.

Cristovam acredita que com um salário de R$ 9 mil - um valor que considera factível "na sexta maior economia do mundo" - será possível atrair bons professores para as novas escolas. Ele acrescentou que a reforma na educação vai liberar dinheiro dos municípios, que poderão usar os recursos para outros fins, observando, no entanto, que a gestão das escolas deve ser independente das decisões de Brasília. Cristovam prevê que uma proposta de educação igualitária sofrerá oposição por aumentar a concorrência intelectual contra a classe média, mas acredita que é possível um convencimento a favor da matéria.

Participaram do debate, através de videoconferência, representantes do setor educacional de vários estados.

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