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Escola pública está mais exposta a brigas e armas que o de escola privada

postado em 19/06/2013 10:56
Alunos de escolas públicas estão mais expostos à violência do que os de escolas particulares. A constatação é da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), divulgada hoje (19/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento mostra que adolescentes da rede pública presenciaram mais brigas com armas e sofreram mais agressões.

O envolvimento em confronto com arma de fogo foi testemunhado por 6,7% dos cerca de 110 mil estudantes ouvidos nas escolas públicas e por 4,9% dos de escolas privadas, 30 dia antes da entrevista. Já o confronto com arma branca foi declarado por 7,6% da rede pública e por 6,2% da privada. Os meninos acabam vivenciando mais episódios de brigas do que as meninas.

Na avaliação da pesquisadora em violência na escola, Miriam Abramovay, o número de envolvidos com arma de fogo é ;um escândalo;, se levada em conta a projeção de estudantes na faixa escolar pesquisada: 3,1 milhões. Coordenadora de Políticas para a Juventude da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), ela alerta para a necessidade de campanhas de desarmamento.

;Temos uma juventude armada, muita gente usando arma de fogo, muitas vezes para pequenas desavenças, que não são graves;, explicou. ;Com base em pesquisas que realizei, os jovens diziam que um olhar pode levar à morte e isso é grave;, completou, ao citar dados recentes que mostram o número expressivo de jovens assassinados por armas de fogo.

Na PeNSE, um a cada dez entrevistados disse ter sofrido agressão por um adulto nos últimos 30 dias antes da pesquisa. Nesse tipo de violência, as meninas (11,5%) aparecem como as maiores vítimas, embora o percentual de meninos agredidos chegue a 9,6%. Entre as escolas, a diferença entre pública e privada é pequena, de menos de um ponto percentual.

A pesquisa também mostra que alunos da rede pública relatam mais medo de violência no deslocamento para o colégio e na própria unidade. Nos últimos 30 dias antes da pesquisa, por não se sentirem seguros no caminho, 9,5% dos entrevistados das escolas públicas não frequentaram aulas. Entre os alunos de particulares, o percentual daqueles que deixaram de ir à escola foi 5%.

Ao comentar a comparação entre as escolas, Miriam pondera que os dados podem acabar responsabilizando as unidades públicas, que estão em situação menos favorecida em termos de investimento e do contexto socioeconômico. ;São perfis diferentes;, disse.

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