postado em 11/08/2013 14:13
O governador Agnelo Queiroz disse, ontem, que vai manter o sistema de ciclos e semestralidade na rede pública de ensino. Destacou ainda que a Procuradoria do Distrito Federal entrará com recurso contra a decisão judicial que impede a continuidade do novo modelo de ensino. Na última sexta-feira, o juiz da 5; Vara da Fazenda Pública do DF, Germano Crisóstomo Frazão, acatou ação do Ministério Público e considerou que o novo método só poderá ter continuidade após a normatização do tema e a ampliação da discussão com a comunidade escolar.Agnelo não poupou críticas ao Ministério Público durante a formatura da segunda turma dos participantes do programa DF Alfabetizado, no Museu da República, na manhã de ontem. ;Essa parte (pedagógica) é de responsabilidade da Secretaria de Educação. O MP não tem função de dizer qual é a metodologia que devemos (adotar). Se quiser fazer isso, que se candidate, seja eleito pelo povo e vá fazer isso;, disse o governador.
O chefe do Executivo local fez questão de ressaltar que a Secretaria de Educação tem especialistas que conhecem o tema pedagógico, por isso, disse o governador, a nova metodologia na educação básica ;não trará prejuízos; aos alunos. Segundo o secretário de Educação, Denilson Costa, já há uma resposta positiva nas instituições de ensino que adotaram o novo sistema. ;As escolas que estão com os ciclos tiveram autonomia para decidir. Não foram obrigadas. O tema foi discutido com a sociedade e tem o respaldo do conselho escolar. Existe um mal entendido e isso precisa ser resolvido;, destacou.
O modelo de ciclos substitui o sistema de ensino estruturado em séries. De acordo com a nova metodologia, adotada por 200 colégios públicos onde estudam 100 mil alunos, a avaliação dos estudantes é feita ao longo de um tempo contínuo e não somente ao fim do período letivo. No ensino médio, mudou a organização por semestres. Com isso, as aulas passaram a ser divididas por áreas de conhecimento.
Ao firmar um acordo no mês passado, que previa ouvir a comunidade escolar e não implementar a nova metodologia em mais nenhuma escola em 2013, a Secretaria de Educação e o MPDFT tentavam não prejudicar os estudantes. Para ingressar com uma ação contra o modelo, o Ministério Público alegou falta de debate do tema com a comunidade escolar. O Correio não localizou nenhum representante da promotoria para comentar as críticas do governador.