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Debate para definir os ciclos

Marcelo Aguiar assume a gestão do ensino público e defende o diálogo com a sociedade para decidir sobre o futuro do currículo das escolas. Lista de prioridades passa ainda pela erradicação do analfabetismo, a construção de creches, a ampliação do turno integral e mais atenção à educação profissional

postado em 05/09/2013 12:53
O novo secretário de Educação defende fóruns e seminários para discutir o método usado neste anoA gestão do novo secretário de Educação, Marcelo Aguiar, começa com uma proposta a fim de resolver o impasse dos ciclos de aprendizagem para o ensino fundamental e da semestralidade no nível médio. Ele tomou posse ontem, em cerimônia feita no Palácio do Buriti, com uma lista de prioridades a serem executadas sobre o Currículo em Movimento da Educação Básica. Entre elas, está uma reivindicação antiga da comunidade escolar. A partir de agora, a pasta pretende realizar seminários e fóruns de discussão, além de ouvir pais, alunos e professores. A intenção é explicar como funciona o método e decidir se as 291 escolas que optaram pela novidade manterão o sistema no próximo ano.

Segundo Aguiar, nada será imposto. ;Vamos tentar explicar de uma maneira mais clara como funcionam os ciclos e a semestralidade. Não é o fim da reprovação nem do boletim. É a reorganização do currículo. Faremos um debate aberto e fraterno;, explicou o secretário. Ele elencou quatro bandeiras à frente da pasta: a conclusão de 111 creches até o fim de 2014; a ampliação do ensino integral; a erradicação do analfabetismo; e o investimento na educação profissional.

Na educação infantil, a promessa é de que 50 creches sejam inauguradas nos próximos três meses. Em 2014, serão 61. A meta de Aguiar é também fazer com que 98% da população saiba ler e escrever até dezembro do próximo ano. ;Hoje, chegamos a 96%. Precisamos alfabetizar mais 15 mil pessoas para atingir o que desejamos. Para isso, pretendemos firmar parcerias. Vamos conseguir colocar um outdoor na entrada da cidade escrito: ;Brasília é território livre do analfabetismo;;, garantiu o chefe da pasta.

Na educação integral, prioridade de Marcelo Aguiar, uma opção a fim de ampliar e construir novas edificações que suportem o sistema está no programa Escolas da Copa. Os materiais utilizados para erguer o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha serão reaproveitados nas obras. Durante a construção, estruturas metálicas e outros objetos que serviram de apoio foram descartados. Tudo foi guardado e será empregado nas reformas dos estabelecimentos de ensino.

Os estudantes do ensino médio também terão mais apoio do governo local. Marcelo pretende concluir quatro escolas técnicas e oferecer uma poupança-escola aos alunos dessa fase. ;É um relançamento de um projeto que deu certo no governo de Cristovam Buarque (PDT), entre 1995 e 1998. Funcionou também em Pernambuco, no Acre e em Mato Grosso do Sul;, ressaltou. As medidas fazem parte de um pedido do governador do DF, Agnelo Queiroz, para melhorar a educação no DF. Marcelo Aguiar é o terceiro nome a assumir a pasta nesta gestão.

O secretário assume o lugar de Denilson Bento da Costa, que sofreu desgaste com as mudanças no currículo da educação básica sem consulta explícita à sociedade. Entidades representativas dos professores e pais se sentiram excluídas da discussão, que mudou a vida de 148 mil alunos. Aguiar foi secretário Extraordinário de Educação Integral no governo Arruda. Ocupou a cadeira no governo de Rogério Rosso. O último cargo foi o de secretário executivo do Ministério do Trabalho.

Na Justiça

Em agosto, o juiz da 5; Vara da Fazenda Pública do DF proibiu a implementação da nova organização curricular. O governo local recorreu, por meio da Procuradoria do Distrito Federal, e aguarda o julgamento da apelação.

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