postado em 25/10/2013 22:08
Arte, cultura, educação e esporte são ferramentas nas quais o projeto Soma aposta para combater o bullying e o preconceito nas escolas públicas do Distrito Federal. O grupo realiza atividades para desenvolver a ;cultura da paz; no ambiente escolar, baseadas em autoconhecimento, respeito às diferenças, cidadania e cultura. Em 2013, quatro cidades serão contempladas pelo programa: Planaltina, São Sebastião e Recanto das Emas.As primeiras atividades ocorreram nesta quinta-feira (26/10) no Centro Educacional 1 de Planaltina, onde oficinas, palestras, dinâmicas em grupo e shows ocupam a grade dos alunos até sábado, data do Dia D Soma, evento aberto ao público com show da idealizadora do projeto Tuka Villa-Lobos, da banda de hip hop T.R.O.P.A. e de estudantes que participaram de oficinas de música e de dança.
Maria Carolina de Castro, 19 anos, da 2; série do ensino médio, é uma das 3 mil estudantes do colégio, mais conhecido como Centrão. Ela acha que as atividades ajudaram a criar autoconfiança. ;Eles falaram sobre como o bullying afeta a vida e o dia-a-dia. A gente pode falar aqui de um jeito que não consegue conversar com os nossos pais;, conta. Maria Carolina já sofreu com zoações de colegas e, como resultado de discriminação por excesso de peso, a estudante desenvolveu anorexia e, posteriormente, passou a sofrer preconceito pela magreza excessiva.
Jesiel da Silva, 16, da 1; série do ensino médio, participou de uma oficina de teatro. ;Fizemos uma dinâmica de contato físico, para desenvolver a convivência com as pessoas;, explica. O jovem acredita que o preconceito surge quando as pessoas não gostam do que não conhecem.
Além de oficinas de teatro, canto coral, dança, artes plástica e esportes, os alunos foram orientados sobre como fazer um relatório científico numa programação da Fundação Fiocruz e desenvolveram textos e entrevistas para o site do Soma (http://www.projetosomadf.com), durante uma oficina de atividade jornalística. A equipe do projeto também filmou depoimentos dos estudantes sobre bullying para fazer um documentário.
Adriana Tosta ofereceu oficina de Abayomy, boneca de pano criada por mães africanas nos navios negreiros. Ela é coordenadora de Educação em Diversidade da Secretaria de Educação e pensa que o conhecimento das diversas culturas evita o preconceito. ;Durante a oficina, eu percebo colocações e brincadeiras de cunho preconceituoso e aproveito para levantar o assunto;, conta Adriana.
Idealizadora do projeto Soma, a artista Tuka Villa-Lobos aponta que Brasília é a região com mais vítimas da violência escolar no país. Segundo pesquisa do IBGE de 2010, 35,6% dos estudantes disseram ser vítimas constantes da agressão. Ela explica que o bullying é um tipo de violência repetitiva em ambientes escolares e acredita na conscientização de pais, professores e alunos para mudar a situação. ;O bullying é resultado da falta de conhecimento do outro. A ideia do projeto é fazer oficinas para promover o encontro com o outro;, acrescenta.
Em 2008, a cantora, teatróloga e produtora cultural Tuka mobilizou uma equipe para realizar pequenas ações em escolas com o intuito de formar multiplicadores da cultura da paz. Com os recursos obtidos pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) em 2012, o grupo expandiu a iniciativa e conquistou parceria com as Secretarias de Educação e de Esportes e da Fundação Fiocruz.
Serviço
O Dia D Soma será aberto à comunidade e ocorre amanhã (26/10) das 9h30 às 13h na Praça dos Estudantes (Setor Educacional de Planaltina) com shows e apresentações.