<img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2013/10/30/396242/20131030155517158717a.jpg" alt="A colombiana Vicky Colbert recebe o prêmio das mãos da Sheikha Moza bint Nasser" />Cerca de 1,8 mil pessoas de mais de cem países se reúnem em Doha, no Centro de Convenções Nacional do Qatar, até quinta-feira (31/10) com um único objetivo: debater como a inovação pode suprir as lacunas entre a educação, o aprendizado e a vida. O World Inovation Summit for Education (Wise) surgiu em 2009 para reunir as melhores personalidades e iniciativas sobre tecnologia e ensino num só evento.<br /><br />Na abertura das programações, na terça-feira (29/11), a Sheikha do Qatar, Moza bint Nasser, idealizadora do Wise, nomeou Vicky Colbert, da Colômbia, como Wise Prize Laureate do ano. Esta é uma grande homenagem a alguém que se dedicou de maneira fora do comum pelo avanço mundial do ensino. O Sheikh Abdulla bin Ali Al-Thani parabenizou a colombiana, cujos esforços pela revitalização da educação permitiram o acesso a um ensino de qualidade às pessoas mais carentes.<br /><br />Essa é a primeira vez que uma mulher é a grande vencedora do prêmio, criado em 2011. Mestre em sociologia da educação, Vicky Colbert é diretora e fundadora da Fundação Escuela Nueva, que propõe um novo modelo pedagógico para aumentar a qualidade de escolas com infraestrutura precária, onde a quantidade de professores é reduzida. A estratégia gerou resultados impressionantes, como a diminuição do número de reprovações e da taxa de evasão escolar.<br /><br />A homenageada comemorou o prêmio. "É uma honra receber o Wise Prize for Education. Quando educadores e alunos têm acesso às ferramentas adequadas, como nas Escuelas Nuevas, podem liderar mudanças significativas", comentou. Ela considera que a nomeação de uma mulher é ainda mais importante num local de cultura que não oferece direitos iguais a homens e mulheres.<br /> <br />A proposta inclui a convivência de alunos de diferentes séries numa mesma sala. A ideia surgiu para solucionar a falta de professores e gerou um modo de ensino personalizado, onde os estudantes avançam de nível conforme ritmo individual de assimilação. Os alunos trabalham em grupos e a transmissão de conhecimento não é focada no professor: a turma constrói o conhecimento conjuntamente. <br /><br />[SAIBAMAIS]A estratégia começou nas escolas rurais da Colômbia em 1975 e levou o país a ter a segunda melhor educação rural da América Latina, ficando atrás apenas de Cuba, nos anos 1980 e 1990. O modelo se expandiu para escolas colombianas localizadas fora de áreas rurais, serviu de inspiração internacional e também foi implantado em 20 mil colégios de países como Vietnã, Timor Leste e México. No Brasil, escolas maranhenses adotaram a prática nos anos 1990.<br /> <br />;Representantes internacionais vêm para a Colômbia e fazem um workshop de uma semana para aprender sobre o modelo. Depois, eles implementam em seus países;, explicou Vicky. Segundo a socióloga com 35 anos de carreira, Escuela Nueva se configura como uma reforma pedagógica que pode funcionar em qualquer lugar. <br /><br />Ela acredita, porém, que o sistema não pode depender apenas dos governos. ;Depois de trabalhar junto ao estado, criei a Fundação Escuela Nueva para que o projeto possa continuar pelas mãos da sociedade civil. Do mesmo modo, em outros países, não adianta o projeto ser implementado apenas pelos políticos. Os professores e parceiros da sociedade têm que adotar o método;, declarou.<br /><br /><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2013/10/30/396242/20131030165612293263i.jpg" alt="" /><strong>Educação para a vida</strong><br />No primeiro dia do Wise, a Sheikha Moza bint Nasser discursou sobre reinventar a educação para o cotidiano. "O ensino e a vida se relacionam. Os dois impõem problemas que exigem soluções inovadoras e criativas. Inovar na educação é inovar em outras áreas da vida", afirmou. Outra personalidade de destaque presente foi o antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar Morin. Aos 92 anos, o pesquisador também discutiu o tema e defendeu um aprendizado mais prático. "Viver é navegar por arquipélagos de incertezas, numa sociedade cheia de riscos e de oportunidades. É preciso ensinar às famílias e aos jovens sobre outras culturas e civilizações e também sobre coisas indispensáveis do dia a dia. Aprender a viver é aprender a enfrentar problemas. E isto não está sendo ensinado nas escolas", criticou.<br /><br />Na quarta e na quinta-feira, o evento continua com apresentações de iniciativas educacionais inovadoras e com debates sobre temas como educação a distância e aprendizado sem professores.<br /><br />Para mais informações e para conferir palestras ao vivo, acesse o site<a href="#h2href:%7B%22titulo%22:%22Externo:%20http://www.wise-qatar.org%22,%22link%22:%22http://www.wise-qatar.org%22,%22pagina%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22,%22modulo%22:%7B%22schema%22:%22%22,%22id_pk%22:%22%22,%22icon%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22,%22id_treeapp%22:%22%22,%22titulo%22:%22%22,%22id_site_origem%22:%22%22,%22id_tree_origem%22:%22%22%7D,%22rss%22:%7B%22schema%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22%7D,%22opcoes%22:%7B%22abrir%22:%22_self%22,%22largura%22:%22%22,%22altura%22:%22%22,%22center%22:%22%22,%22scroll%22:%22%22,%22origem%22:%22%22%7D%7D"> www.wise-qatar.org</a>.<br /><br /><strong><em>* A jornalista viajou a convite da Qatar Foundation</em></strong>