postado em 12/03/2014 17:36
É possível pais e filhos conversarem no dia a dia sobre temas como empreendedorismo, bens públicos, economia do país e economia do mundo? Alunos do ensino médio dos estados do Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e do Distrito Federal mostraram que, além de possíveis, essas conversas rendem mudanças nos hábitos familiares.Eles participaram de um projeto piloto que será relatado no dia 18 de março, das 15h30 às 17 horas, durante a webconferência Educação Financeira e Previdenciária, promovida pela Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação. No mesmo dia, a SEB oferecerá na página do ministério na internet o material didático distribuído nesse projeto piloto.
A educação financeira não entrou como matéria extracurricular. Os temas foram abordados nas aulas de matemática, ciências, história, geografia e português e a questão das finanças entrou na pauta das famílias por causa dos deveres de casa. Os benefícios do projeto foram apontados no relatório The impact of high school financial education ; experimental evidence from Brasil (O impacto da educação financeira no ensino médio ; a experiência do Brasil, em tradução livre), do Banco Mundial.
O resultado, segundo o relatório do banco, comprovou a capacidade dos alunos de se tornarem agentes da mudança de hábitos familiares. Economizar para poupar, por exemplo, entrou no planejamento de muitas famílias. A educadora Sueli Mello, presidente do Grupo de Apoio Pedagógico do Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef) como representante do MEC, diz que a meta agora é replicar essa experiência em toda a rede de ensino público. ;A intenção;, explica Sueli Mello, ;não é de introduzir a disciplina de educação financeira, mas sim de integrá-la ao conjunto de conteúdos.;
O conteúdo do material didático, realizado por um time de especialistas em educação, psicologia e sociologia, abrangeu nove temas diferentes: vida familiar cotidiana, vida social, bens pessoais, trabalho, empreendedorismo, grandes projetos, bens públicos, economia do país e economia do mundo. Criado no âmbito da Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), instituída pelo governo federal em dezembro de 2010, o Conef referendou a definição dessa modalidade de ensino proposta pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), adaptado à realidade brasileira.
Na União Europeia, os governos determinaram que a educação financeira faça parte do currículo do ensino médio a partir de setembro deste ano; na Austrália o governo também votou a favor. De acordo com o relatório, Brasil, Colômbia, Índia, Indonésia e Uganda são países em desenvolvimento que estão introduzindo este ensino.
O Conef, criado para gerir e coordenar programas da Estratégia, propôs que a educação financeira seja disseminada em ações para escolas de nível fundamental e médio, e também em ações para aposentados e mulheres beneficiárias do programa Bolsa Família.
O Comitê é composto por oito órgãos federais: Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência Nacional de Previdência Complementar, Superintendência de Seguros Privados, Ministério da Fazenda, Ministério da Educação, Ministério da Previdência Social e Ministério da Justiça. Até final deste ano, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a BM& Bovespa, Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) participam como convidadas.
Nessa webconferência o público poderá se informar sobre o histórico da Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enec), a atuação do MEC, o programa piloto nas escolas de ensino médio e as publicações sobre o tema avaliadas pelo ministério. As atividades sobre as ações estão só começando. Em maio próximo, de 5 a 9, a SEB e o Conef promovem a Semana Nacional de Educação Financeira.
Acesse a webconferência, em 18 de março, das 15h30 às 17 horas