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Em frente ao Buriti, cerca de 9 mil professores ameaçam greve

Devido à assembleia e reuniões de negociação com o GDF, alunos da rede pública não terão aulas nesta segunda-feira (23). Docentes exigem pagamento imediato de 13º e férias. Por volta das 12h, grupo ocupou as seis faixas do Eixo Monumental. Categoria decidiu paralisar atividades até quinta-feira e discutir a situação na sexta-feira (27)

postado em 23/02/2015 11:00

Em frente ao Buriti, categoria exige pagamento de débitos atrasadosRevoltados com a falta de repasse de pagamentos de 13; salário, férias e rescisão contratual para temporários, professores se reúnem em frente ao Palácio do Buriti na manhã desta segunda-feira (23), data marcada para o início das aulas na rede pública de ensino. Segundo o tenente-coronel Vasconcelos, responsável pelo 3; Batalhão da Polícia Militar, há de 8 a 10 mil pessoas no local. Por volta das 12h, os professores ocuparam todas as faixas do Eixo Monumental. Para os motoristas que passam pelo local, a Polícia Militar fez um desvio na altura do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

O impasse entre o Governo do Distrito Federal e os professores afeta os cerca de 460 mil alunos das escolas públicas, e a previsão do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) é que praticamente 100% dos docentes tenham aderido à paralisação. A expectativa do sindicato é que nenhuma escola retome as atividades nesta segunda-feira.

Por volta das 12h, o grupo ocupou as seis faixas do Eixo MonumentalA assembleia dos professores, marcada para as 10h, foi adiada, já que representantes dos educadores entraram em reunião no gabinete do governador para negociar a situação. As principais reivindicações são pagamento do 13; salário e das férias não recebidas de forma integral, bem como a rescisão contratual de professores temporários.

Após reunião entre representantes do Sinpro e do GDF, professores votaram a proposta do governo. A categoria decidiu paralisar as atividades até sexta-feira (27), dia em que os docentes marcaram nova assembleia para rediscutir a situação.

Motoristas têm que desviar já que professores ocuparam as seis faixas do Eixo MonumentalImpasse
Segundo o diretor-geral do Sinpro-DF, Samuel Fernandes, a categoria exige o pagamento imediato, enquanto o governo propõe parcelar o pagamento dos débitos até julho. ;Nossa intenção é começar o ano letivo com todos os débitos pagos;, diz. Ainda de acordo com Fernandes, nenhuma escola terá aulas nesta segunda-feira.

Marye Ferraz, 46 anos, professora no Centro de Ensino Médio Setor Leste, conta que, em 14 anos de trabalho na rede pública, essa foi a pior situação que já enfrentou. ;Ainda não recebi as férias integralmente, só um terço delas, e não recebi nada do 13;;, reclama. Para se manter durante o período, ela revela que pegou dinheiro emprestado com a mãe. ;Muitos colegas estão passando por dificuldades financeiras.;

Flávia dos Santos: sentimento de frustraçãoFlávia dos Santos, 33 anos, pedagoga na Escola Classe 411 Norte, se sente frustrada com a situação. ;O que eu sinto é frustração. Foi um descaso e um desrespeito do governo com a categoria anunciar o parcelamento das férias e do 13; salário durante o recesso. Eu acredito que o movimento sindical é a melhor maneira de pressionar o governo a atender as nossas reivindicações."


Apesar de lamentar a situação dos alunos, o professor de matemática do Centro de Ensino Fundamental 4 de Planaltina Rodrigo Gomes Souza, 29 anos, disse que votará pela greve caso o governo não aceite a proposta do Sinpro. "Pensando no bem-estar dos estudantes, é melhor que a greve comece agora do que no meio do ano", conta. Sem receber férias e com o salário do mês de janeiro atrasado, Rodrigo teve que entrar no cheque especial e pegar um empréstimo para arcar com custos de aluguel de moradia.


Jair Rodrigues, professor do CED 1 do Riacho Fundo 2: Jair Araújo, 43 anos, professor de artes cênicas no Centro Educacional 1 (CED 1) do Riacho Fundo 2 recebeu o 13; salário em novembro, mas ainda não recebeu as férias remuneradas. "Como sou solteiro, não tenho filhos e outras obrigações, e sou uma pessoa regrada, consegui me manter, mas sei que para outros colegas a situação está bem pior. Estou aqui para exigir meus direitos", contou.

Calendário
As aulas da rede pública estavam marcadas para começar em 9 de fevereiro desde a gestão Agnelo. Com dificuldades de caixa e gestão, o governador Rodrigo Rollemberg adiou a data para 23 de fevereiro.

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