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Alunos de Taguatinga ainda aguardam pelo início das aulas

Falta de professores prejudica alunos da Escola Classe 8 de Taguatinga Norte

postado em 05/03/2015 20:38
Ana, Vinícius e Ricardo estão ansiosos para voltar às aulasO ano letívo para a maioria dos alunos da rede pública de ensino começou na segunda-feira (2). Porém, para duas turmas, uma do 3; e outra do 5; ano, da Escola Classe 8 de Taguatinga Norte continuam sem aulas. O motivo é a falta de professores. Segundo a direção da escola, já foi solicitada à Regional de Ensino a substituição dos docentes que se aposentaram no fim do ano passado.

A carência na rede pública é de 3,5 mil docentes, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal . São vagas abertas decorrentes de exoneração ou demissão, falecimento, aposentadoria, afastamento ou licenças legais. A Secretária informou que foi liberado pelo Tribunal de Justiça a contratação de professores temporários. A admissão dos profissionais, no entanto, não será feita de uma vez só, mas de acordo com a solicitação feita por cada escola à Regional.

Os comerciantes Adinara Gomes de Almeida, 38 anos, e José Paulo Santini, 54, estão revoltados com a situação. Os três filhos, Ana Clara, 8, aluna do 3;, e os gêmeos Vinícius e Ricardo, 9, alunos do 5;, estão sem aulas. ;Estou bem entristecida com isso. Não sei mais o que faço. Liguei na Regional de Ensino e eles me passaram vários números para ligar, mas em nenhum deles tive resposta. Só me empurraram de uma ligação para outra. As crianças não podem ficar sem aula;, disse Adinara. ;Juntando os alunos das duas classes, dão aproximadamente 60 alunos sem aula. Isso é um absurdo. Alguém tem que se responsabilizar por isso e nos dar uma resposta;, diz o pai.

Ana Clara está com a mochila cheia de materiais escolares intactos. Ela garante que não quer mais passar as tardes em casa. ;Estou ansiosa para ter aula. No primeiro dia, fui à escola e me falaram que não tinha professor. Voltei para casa triste;, conta. Os gêmeos tiveram aulas reduzidas em 26 e 27 de fevereiro, quando os professores ainda estavam em paralisação, mas desde segunda estão sem professor. ;No primeiro dia, a professora fez uma brincadeira com a gente. No segundo, a gente viu um filme e tivemos que comentar o que aprendemos sobre ele e depois fizemos alguns exercícios de matemática;, conta Vinícius. ;Eu gosto de ficar na escola, ainda mais agora que já conheci alguns colegas;, diz Ricardo.

A dona de casa Camila Ferreira da Silva, 25 anos, também está consternada com a situação. ;Acho um absurdo porque o calendário já está atrasado e agora minha filha está perdendo mais aulas por falta de professor e sem previsão de quando isso vai ser solucionado;, desabafa. Gabrielle da Silva, 8 anos, está matricula na mesma clase que Ana Clara. ;Estou triste. Eu gosto de brincar com meus amigos da escola e ter aula de pintura;, conta a estudante. ;Todo dia Gabrielle pede para que eu ligue para saber se vai ter aula;, diz a mãe.

Pelo calendário, o inicio do ano letivo da rede pública estava marcado para 9 de fevereiro, mas a Secretaria adiou o início das aulas para 27 de fevereiro para terminar obras de reparo na infraestrutura das escolas. Com a paralisação dos professores para revindicar o pagamento de dívidas trabalhistas atrasadas, a maioria das escolas públicas tiveram o primeiro dia de aula na última segunda-feira (2).

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