A estoquista Luana Nunes, 29 anos, não se incomoda em acordar de manhã cedo aos sábados para não deixar que seu filho, Franklin Lincoln Nunes, 10 anos, não perca as aulas de inglês. ;Aprender outra língua além do português é muito importante. Encontrar um curso perto de casa não é uma coisa fácil de conseguir, muito menos de graça;, conta. Franklin participa do projeto de Inglês na Estrutural que há um ano oferece de forma gratuita o ensino do idioma para crianças e jovens da cidade. As aulas ocorrem na sede do Coletivo da Cidade localizado no setor norte da cidade.
O projeto teve início em 2014 e hoje atende aproximadamente 30 alunos. Ele começou com uma professora, a voluntária Luciana Barreto que teve a ideia de pedir ao projeto Coletivo da Cidade, que realiza atividades durante a semana com crianças e famílias da região, um espaço para ministrar as aulas aos sábados. O prédio do coletivo fica na área especial dois do Setor Norte da Estrutural. A quantidade de alunos foi aumentando e a necessidade de mais professores surgiu. Após campanha em faculdades e entre amigos, os estudantes ganharam novos professores no início desse ano. Atualmente, 18 voluntários atuam como professores, seis para cada turma, revezando entre si os dias que darão aulas.
A analista de projeto do Itamataty Camila Ariza, 31 anos, começou a atuar no projeto em outubro de 2014. ;Fazia tempo que estava querendo me voluntariar em alguma coisa, e como eu já dei aula de inglês, achei que seria uma boa experiência. Gostei do projeto porque vi o interesse das crianças em aprender e o estímulo e apoio que os dos pais dão aos filhos;, conta.
Os alunos são separados em 3 turmas, compostas por dez estudantes aproximadamente, divididos por faixas de idades. A primeira turma é composta pelos caçulas do projeto que têm de 6 a 12 anos. A segunda classe, é formada por adolescentes de 13 a 14, e a outra, por jovens de 15 a 20 anos.
Franklin Lincoln Nunes, faz parte da turma dos menores. Depois das aulas, ele gosta de colocar em prática o que aprendeu. ;Gosto muito de conversar com meus amigos em inglês. A última coisa que eu aprendi foi perguntar o nome para outra pessoa que é what is your name?, fala. ;Toda palavra que aprende, ele fica repetindo o dia inteirinho. Adora falar enrolado;, confirma Luana Nunes, mãe do menino.
Andressa Soares, 8 anos, é colega de sala de Franklin e gosta muito das aulas. ;Os professores são legais porque brincam com a gente. Eu aprendo muitas coisas todas as aulas;, afirma. O irmão dela, Aldrey Soares, 10, apesar da idade já foi promovido para a turma dos adolescentes. Ele afirma que é muito importante aprender a língua para conseguir alcançar seus objetivos no futuro. ;Aprender inglês é muito importante para conseguir um emprego bom. Eu quero ser cientista químico quando crescer para desenvolver medicamentos;, conta. Apesar de ser bem diferente do português, ele afirma que não tem dificuldade de aprender. ;Não é muito difícil, você pega rapinho;, opina.
A diarista Vagna Soares, 36 anos, é mãe de Andressa e Aldrey e ficou sabendo do projeto por meio do Coletivo da Cidade. ;Alguém do coletivo me ligou perguntando se eles não queriam fazer as aulas de inglês. Os dois quiseram;, fala. ;Eles amam as aulas. Na sexta-feira de noite eles ficam me lembrando que precisam acordar cedo no outro dia para participar do projeto;, completa.
As aulas de inglês são atividades são abertas a comunidade. Para se inscrever, basta entrar em contato com o Coletivo da Cidade pelos telefones 3465-6351, 8457-0559 ou 9324-7644. O curso é gratuito. O estudante paga apenas o livro didático que custa R$60. A inscrição também pode ser feita pessoalmente na sede da entidade localizada no conjunto 11, quadra 02 da área especial dois do setor norte.
Coletivo da Cidade
Segundo o coordenador administrativo do coletivo André Rizzardo, o projeto existe desde 2011 e atende a 200 crianças. Durante a semana, o coletivo realiza atendimento de crianças e adolescentes no contra turno escolar com atividades como aulas de costura, oficina de gênero, breack dance e artes plásticas. Além disso é feito acolhimento e acompanhamento psicológico e social. ;A ideia é de proteção integral das crianças, atuando na prevenção de violação de direitos como o trabalho infantil, a situação de rua, a fome e a violência sexual;, explica Rizzardo. O coletivo também oferece cursos profissionalizantes para a população de todas as idades.
O projeto é uma instituição conveniada do Sistema Único de Saúde (SUS) os interessados em receber o acompanhamento precisam pedir encaminhamento por meio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade. Para as oficinas e cursos profissionalizantes, as inscrições podem ser feitas na sede do coletivo. Informações sobre a oferta de atividades abertas ao público são passadas pela a equipe da entidade nos telefones 3465-6351, 8457-0559 ou 9324-7644.